Fundação argentina propõe criação de CBDC e eliminação de papel-moeda para fortalecer arrecadação tributária

Transações cotidianas do Peso Argentino Digital (PAD) seriam feitas via cartão como forma de reverter evasão tributária atual, estimada em 30% do PIB.

A  Fundação Inclusão Produtiva, uma instituição não governamental da Argentina voltada ao desenvolvimento de ferramentas financeiras e outras atividades correlatas, como pesquisa, treinamento, consultoria e implementação de projetos governamentais, anunciou esta semana o desenvolvimento de um projeto que propõe a criação de uma moeda digital no país, uma CBDC. A proposta, que segundo uma publicação do site iProfessional já foi apresentada à Confederação Argentina de Médias Empresas (CAME) e à União Industrial Argentina (UIA), sugere a digitalização de 100% da moeda fiduciária do país, o peso argentino. 

A fundação defende que as transações cotidianas passem a ser feitas através de cartões, o que permitiria ao país evitar a sonegação de impostos e aumentar sua arrecadação em até US$ 80 milhões por ano, por meio da eliminação do papel-moeda e utilização do PAD (Peso Argentino Digital).

À frente do projeto, o presidente da fundação e ex-diretor do Novo Banco del Chaco, Carlos María De los Santos, explicou que a iniciativa vai possibilitar a injeção de novos recursos na economia “paralisada” por meio da redução da evasão de receita tributária. 

O PAD trará consigo uma maior arrecadação tributária da evasão atual, que pode ser estimada em 30% do PIB, que poderá ser usada para reparar todas as desigualdades sociais deixadas pelo sistema atual, explicou. 

Ele também defendeu o refinanciamento das carteiras atuais dos bancos, com prazos mais longos para pagamento de capital e juros na última parcela, o que possibilitará a liquidação de passivos enquanto a inflação no país estiver acima dos 20%.

Tomada por uma inflação galopante e um forte controle governamental sobre o mercado cambial, a Argentina se tornou um dos maiores polos latino-americanos de startups de criptomoedas e de tecnologia blockchain. Por outro lado, o governo fechou um acordo para quitação de débito de US$ 45 bilhões  com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e se comprometeu  a “desencorajar” o uso de criptomoedas no país, que ocupa a 10ª posição na última edição do ranking de Adoção Global de Criptomoedas da Chainalysis, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

 

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