‘App do Nubank, Itaú, Bradesco e de todos os bancos vão acabar’ revela presidente do Banco Central do Brasil
“Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas”, disse o presidente do Banco Central do Brasil esta semana.
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, fez uma revelação surpreendente nesta semana durante um evento em Chicago, nos EUA. Segundo o comandante do BC, em até dois anos o aplicativo de todos os bancos do Brasil deve perder sua função e ser substituído por um app do BC.
Chamado de “Agregador Financeiro”, a proposta do App do Banco Central vem sendo desenhada há pelo menos 3 anos como ‘a cereja do bolo’ da agenda BC# que envolve Pix, Open Finance e Drex (a moeda digital do Brasil).
Segundo as declarações de Campos Neto o novo app vai reunir as informações e produtos de todos os bancos em um só lugar. Isso significa que ao ‘abrir uma conta’ no Agregador Financeiro o brasileiro terá uma espécie de ‘conta’ em todos os bancos e fintechs do Brasil podendo acessar produtos, serviços e ofertas de crédito de todas as empresas.
“Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas”, disse no evento.
Deste modo não será mais necessário, segundo Campos Neto, acessar aplicativos de cada um dos bancos. Basta acessar o Agregador Financeiro e o usuário poderá gerenciar sua conta unificada.
Agregador Financeiro
O superapp do BC vai agregar todas as informações das pessoas, como faturas do cartão de crédito, empréstimos, consignados, financiamentos, investimentos, tokens RWA e, possivelmente, até criptomoedas que estão dentro de serviços de instituições financeiras como Nubank, Inter, PicPay, Mercado Pago, e outras empresas regulamentadas pelo BC e que oferecem criptoativos.
“Você vai ter seu fluxo [financeiro de todos os bancos] consolidado em um instrumento só. Então hoje a gente paga o cartão de crédito, e tem aquele ‘dois de três [parcelas], cinco de oito’, e você não sabe mais quanto que você deve. Você vai apertar um botão [no agregador financeiro] e vai ter lá todo o seu fluxo de caixa, como as empresas fazem hoje. Isso vai estar disponível para as pessoas físicas”, disse Campos Neto.
A proposta do BC é que o custo das transações financeiras fiquem mais baratas para o consumidor e com isso mudar a lógica do sistema financeiro atual, na qual o Banco detém o cliente e seus dados, fazendo o consumidor ‘refém’ da instituição. No Agregador Financeiro o cliente terá o poder de seus dados e poderá escolher a melhor oferta.
“Bancos vão começar a competir pelos serviços ofertados, como crédito, por exemplo, pois saberão as taxas que outros cobram. Se quiser fazer crédito, vai aparecer a taxa de juros que cada banco para aquela operação. Vai poder competir online pela sua operação”, destacou Campos Neto.
O Agregador Financeiro ainda não tem data oficial para ser lançado, no entanto, assim como o Pix, Open Finance e Drex, seu lançamento deve ser feito em fases, com algumas funções integradas inicialmente e tendo seu escopo ampliado após o lançamento.