Depois de pedir doações em dólar e Bitcoin, blogueiro Allan dos Santos pede desbloqueio de contas ao STF
Blogueiro de extrema-direita e apoiador do presidente Jair Bolsonaro que fugiu para os EUA após incitar ataques ao STF apela à suprema corte solicitando acesso aos fundos bloqueados por decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Sob alegação de estar passando por dificuldades financeiras nos EUA, onde encontra-se foragido da Justiça brasileira, o blogueiro de extrema-direita e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) Allan dos Santos entrou com um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal para que as contas de sua empresa de comunicação sejam desbloqueadas, informou reportagem do site Metrópoles publicada na quinta-feira, 17.
Santos fugiu para os EUA em outubro do ano passado após ter sua prisão decretada pelo ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes. Desde que deixou o Brasil, o blogueiro solicitou doações em dólares e Bitcoin (BTC) aos seus seguidores, mas, aparentemente, os fundos revelaram-se insuficientes para sustentá-lo em sua condição de foragido.
Atualmente zerado, o endereço divulgado publicamente por Santos na rede do Bitcoin (BTC) divulgada por Santos através de um grupo no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, que recentemente foi encerrado pela empresa após nova decisão do ministro Moraes, até hoje recebeu apenas 0.01744281 BTC – aproximadamente R$ 3.602 na cotação desta sexta-feira, 18.
O mandado de segurança protocolado no último domingo, 13, pelo advogado de defesa Renor Oliver Filho afirma que o bloqueio das contas “inviabilizou a subsistência própria e familiar do impetrante”, pois teria lhe vedado acesso à “renda e [a] recursos de natureza alimentar.”
Na petição de mais de 50 páginas, o advogado faz um apelo à ministra Carmen Lúcia para reconsiderar a última sentença proferida pela corte sobre o caso, desfavorável ao blogueiro. O texto também faz alusão a uma suposta radicalização política da Justiça brasileira, equiparando o cerseamento da liberdade de expressão imposto ao acusado às práticas de países socialistas da América Latina:
“A pergunta é: será que o caminho brasileiro se dirige, no que se refere à liberdade de expressão e imprensa, ao mesmo destino de países como Venezuela, Cuba e outros submetidos a regimes totalitários?”
Em 14 de março, o ministro Alexadre de Moraes solicitou informações ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre os procedimentos em curso para viabilizar a extradição do blogueiro para o Brasil. O prazo final para a resposta da pasta é esta sexta-feira, 18, mas até agora não foi divulgada.
Santos é investigado em dois inquéritos no STF: o que trata das fake news e dos ataques a ministros do Supremo e o das milícias digitais. A ordem de prisão expedida por Moraes aponta que “a Polícia Federal apresentou indícios fortes, plausíveis e razoáveis da vinculação do representado à prática de diversos crimes.”
Segundo o ministro, o acusado seria um dos principais líderes de um grupo criminoso organizado para atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização política e gerar distúrbios sociais.
Entre os crimes arrolados por Moraes que o blogueiro é suspeito de cometer incluem-se lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
O bloqueio da conta de Santos no Telegram foi apenas o mais novo revés do blogueiro no que diz respeito à vedação de seus canais de comunicação com o público e de monetização de conteúdo. Anteriormente, Twitter, Instragram e Youtube já haviam bloqueado as contas pessoais e profissionais de Santos.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, a utilização de criptomoedas por movimentos globais de extrema-direita tem causado preocupação às autoridades de diversos regimens democráticos.
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