Ação nos Estados Unidos acusa Bitmain de usar energia de clientes para minerar criptomoedas
A Bitmain, maior mineradora de bitcoin do mundo, está sendo acusada de atividade ilegal de mineração de criptomoedas. A empresa deve responder um processo decorrente de uma ação coletiva no valor de mais de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 20 milhões), segundo o Coindesk.
A ação, que foi instaurada no dia 19 de novembro à pedido de um cliente da mineradora chamado Gor Gevorkyan, morador de Los Angeles e autor principal da causa, tem como alvo as sedes da Bitmain na China e nos Estados Unidos.
Segundo a reportagem, pelo menos 100 pessoas fazem parte da lista de supostas vítimas. A alegação é de que a mineradora usa os recursos de energia dos clientes em benefício próprio antes de iniciar a atividade contratada por eles.
“Até que os complicados e demorados procedimentos de inicialização sejam concluídos, os dispositivos ASIC da Bitmain são pré-configurados para usar a eletricidade de seus clientes para gerar criptomoedas em benefício próprio”, diz um trecho da ação.
Conforme Gevorkyan, ele comprou dispositivos ASIC Bitmain, incluindo o AntMiner S9, em janeiro deste ano para minerar bitcoin. No entanto, ele enfrentou dificuldades para acertar a configuração dos dispositivos e acabou levando muito tempo até conseguir instalá-los.
“Durante esse tempo, os dispositivos ASIC foram pré-configurados para minerar e entregar criptomoedas à Ré. Além disso, durante esse período, os dispositivos ASIC operavam no modo de energia total, consumindo uma quantidade substancial de eletricidade às custas dos Requerentes”, afirma a denúncia.
Um trecho da ação também descreve que a “prática comercial injusta” pela Bitmain continuou até que os dispositivos ASIC fossem ligados à conta de criptomoeda pessoal do reclamante.
“Convenientemente, a Bitmain usa cada segundo necessário para configurar o ASIC com as especificações dos clientes e estabelece os custos substanciais de operar os dispositivos ASIC de seus clientes”, diz outro trecho.
Gevorkyan e seus novos aliados estão agora buscando a restituição integral de todas as despesas incorridas como resultado das práticas desleais e enganosas da Bitmain.
A ação exige, também, que a mineradora “cesse os alegados atos de concorrência desleal” e indenize as vítimas com os juros na taxa mais alta permitida e outras taxas e custos.
Tudo pode somar um montante de US$ 5 milhões em indenizações, cerca de R$ 20 milhões nesta data.
Procurada pelo Coindesk, a empresa relatou, via email, que não realiza mineração com os equipamentos dos clientes.
Alegou, também, que a atividade é uma pequena parte dos negócios da Bitmain e que visa atender os clientes sempre o mais rápido possível.
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