CEO da Abra diz que caminho das empresas de cripto para remessas em larga escala será complexa, mas bem-sucedida
O CEO da Abra, Bill Barhydt, definiu por que ele acha que os pagamentos transfronteiriços de consumidores e os serviços de remessa são uma grande batalha para as empresas de cripto.
Bill Barhydt, CEO da provedora de carteiras cripto e da startup de pagamento Abra, acredita que os pagamentos transfronteiriços e os serviços de remessa em larga escala continuam sendo uma dura batalha para muitas empresas de cripto. Barhydt teceu seus comentários durante uma entrevista à rede de notícias Blockchain Breaker Mag em 30 de janeiro.
Como Barhydt descreveu, a Abra – que conta com cerca de 500.000 usuários em mais de 100 países e suporta 30 ativos cripto e 50 moedas fiduciárias – foi fundada com a intenção de criar um banco global baseado em cripto, que possibilitaria transferências de dinheiro e serviços de crédito sem atritos em todo o mundo.
Mesmo assim, enquanto o serviço ganha força como plataforma de investimento, o CEO argumentou que a expansão do espaço de transferência de dinheiro representa um desafio maior – particularmente no campo das remessas.
Barhydt relembrou uma iniciativa da Abra de estabelecer uma rede de agentes locais para prover dinheiro aos destinatários das transferências de dinheiro cripto, explicando que o custo de implantação de sua rede operacional nas Filipinas custaria 1 bilhão de dólares e não faria sentido financeiro:
“O custo de aquisição de clientes no espaço de remessas é incrivelmente alto. Empresas como Western Union, Xoom [e] Remitly gastam de 75 a 125 dólares para conseguir um cliente naquele espaço.”
O CEO destacou que é mais provável que a superação dos custos iniciais de envio de remessas de cripto em larga escala seja alcançável se um serviço puder estabelecer primeiro uma rede de um milhão de usuários para outros serviços e passar a fornecer remessas habilitadas para cripto ou de microcrédito de baixo custo.
Com estes dois últimos pontos sendo frequentemente citados como chaves para uma maior inclusão financeira global, Barhydt respondeu que o caminho da cripto para prestar serviços bancários aos que não possuem uma conta será complexa nos bastidores, mas no final das contas abordará preocupações imediatas e concretas, tais como:
“Posso receber um creditozinho bem pequeno? Posso enviar ou receber dinheiro a um custo razoavelmente baixo? E eu posso investir? Se estou economizando o dinheiro da minha família, mesmo que seja apenas US$ 50 por mês, posso investir esse dinheiro ou tenho que deixá-lo esperando embaixo do colchão? E posso investir em algo diferente da moeda falida do meu país?”
O CEO sugeriu que essa complexidade pode vir na forma de ativos garantidos por cripto – permitindo que as pessoas gerenciem seu caixa, ações e commodities sem recorrer a um terceiro:
“Você tem uma combinação de dinheiro real e arbitragem regulatória para resolver problemas reais do consumidor. É isso que eu acho que vai ser preciso para entrar nos mercados em desenvolvimento […] se as pessoas puderem ter chaves de acesso a [seus] fundos em um smartphone […] eles não precisarem confiar no governo, eles pode estar no controle, eles podem ter acesso aos [principais] mercados [estrangeiros] para investir.”
Conforme relatado, Riccardo “Fluffypony” Spagni da Monero (XMR) comentou recentemente sobre o fenômeno da arbitragem regulatória, não de uma perspectiva esperada pelo consumidor – mas de firmas emergentes de criptomoeda.
Spagni disse que, embora as finanças descentralizadas possam não retirar imediatamente o poder militar e político das mãos das potências mundiais, a arbitragem regulatória pode levar a uma fuga de cérebros e à redistribuição global de talentos e inovação.