Há um ano, a Quarta-feira de Cinzas era o prenúncio de um dos maiores crashes da história do Bitcoin

Em 2020, a quarta-feira de cinzas trouxe notícias pessimistaspara os mercados de criptomoedas e de ações, diante da eclosão da pandemia de coronavírus no mundo.

Há pouco menos de um ano, o carnaval brasileiro era encerrado em uma quarta-feira de cinzas cercada por incertezas – e que afetaria duramente o mercado global de Bitcoin.

No dia 26 de fevereiro de 2020, quarta-feira de cinzas, o mundo estava à beira da pandemia global – ainda sem muita percepção do potencial destrutivo de uma das maiores crises sanitárias e econômicas da história contemporânea da humanidade.

No Brasil, o primeiro caso de coronavírus foi confirmado na terça-feira de carnaval, a partir de um brasileiro que havia voltado da Itália. No dia seguinte, fim do Carnaval e retomada das negociações na bolsa de valores – com um tombo anunciado.

Logo nos primeiros minutos do pregão da quarta-feira, o Ibovespa chegou a queda de 4%, chegando a 7% no fim do dia – a maior queda desde 2017. No mês seguinte, entre uma série histórica de stops em dias seguidos suspendendo as negociações, a bolsa brasileira perdeu quase 50% de valor e recuou 30% no total.

Para o mercado de Bitcoin, que teve valorização em janeiro e fevereiro, a quarta-feira de cinzas acendeu um alerta. Depois de bater nos US$ 10.000 em 18 de fevereiro, o mercado teve o primeiro grande baque do ano, corrigindo na quarta-feira, 26 de fevereiro, de US$ 9.600 para US$ 8.600.

Era apenas uma amostra do que viria em março, com sua quinta-feira de terror. No dia 11 de março, a moeda entrou em queda virtiginosa, acompanhando a forte desvalorização das ações, passando de US$ 7.800 para menos de US$ 4.000 em poucas horas. Diante do mercado em pânico, muitos aproveitaram para anunciar o fim do Bitcoin – mas estavam redondamente equivocados.

Valorização e recordes históricos

O espanto diante de um possível mercado de baixa para as criptomoedas durou pouco para os investidores. A partir de abril, o Bitcoin entrou em curva ascendente e não viu mais resistências em seu caminho.

Já no mês de abril, a maior criptomoeda recuperou o nível de US$ 7.800, passou para US$ 9.500 em maio, manteve esse nível em junho, superou os US$ 10.000 em julho e até novembro já ensaiava para superar seu maior preço até então, os US$ 20.000 de dezembro de 2017.

Desempenho do preço do Bitcoin desde fevereiro de 2020. Fonte: Cointelegraph Markets

Em comparação, o mercado de ações brasileiro precisou de mais de 10 meses para recuperar os níveis de fevereiro de 2020. Durante esse caminho, o Bitcoin foi quebrando sua correlação com outros ativos, desde índices de bolsas de valores até o ouro.

Em dezembro, a maior criptomoeda venceu os US$ 20.000 e nas semanas seguintes dobrou de preço, chegando a US$ 42.000.

Ao chegar novamente à epoca de carnaval – desta vez sem festas nas ruas do Brasil pela primeira vez em décadas e com grande parte da população tendo que trabalhar durante o feriado – o Bitcoin segue sua trajetória impressionante.

Desde o fatídico 11 de março de 2020 até esta quarta-feira de cinzas, 17 de fevereiro de 2021, a maior criptomoeda teve valorização de mais de 12 vezes, passando de pouco menos de US$ 4.000 para US$ 51.000, atraindo grandes instituições como Tesla e MicroStrategy para o mercado. A maior altcoin do mercado, o Ether, também tem registrado recordes semanais em 2021.

Gigantes financeiros e de pagamento, como o banco mais antigo dos EUA, o NYC Mellon, e as processadoras Visa e Mastercard, preparam-se para integrar criptomoedas a seus negócios.

Enquanto isso, analistas projetam US$ 100.000 para o Bitcoin até o fim do ano – o que representaria um aumento de 25 vezes no preço desde a quinta-feira sombria de 2020. Com os braços das instituições finalmente abertos para o criptomercado, o estabelecimento de novos recordes parece agora questão de tempo, mesmo.

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