Terraform Labs busca acesso a carteiras da FTX em defesa contra fraudes

A Terraform entrou com uma moção para acessar informações de carteiras usadas por vendedores a descoberto durante o colapso de sua stablecoin algorítmica em 2022.

A Terraform Labs está buscando permissão de um juiz para solicitar dados da exchange de criptomoedas FTX, que está em processo de falência, alegando que as informações podem ajudar em sua defesa contra um processo movido pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) em fevereiro, conforme mostra um documento judicial.

Em busca de evidências que possam respaldar sua defesa contra acusações de fraude, os advogados da Terraform protocolaram um pedido em 19 de julho no caso de falência da FTX para acessar as informações da empresa sobre carteiras digitais utilizadas por vendedores à descoberto entre março de 2022 e maio de 2022. A Terraform alega que a falha em sua stablecoin foi resultado de um ataque coordenado por vendedores à descoberto, possivelmente envolvendo a Alameda Research, empresa irmã da FTX.

“Para estabelecer essas defesas, a TFL [Terraform Labs] precisa dos registros dos Devedores sobre carteiras, contas e ativos utilizados para transacionar nas exchanges FTX International e FTX US, bem como vendas/ofertas de grandes volumes de criptomoedas desenvolvidas pela TFL, se houver, pela FTX Trading e West Realm Shires Services Inc. d/b/a FTX US.”

Em 16 de fevereiro, a SEC entrou com um processo contra a Terraform Labs e seu fundador, Do Kwon, alegando “orquestrar uma fraude de títulos de criptoativos de bilhões de dólares”. Segundo o órgão regulador, a Terraform estava oferecendo títulos não registrados em uma operação por meio de sua stablecoin algorítmica fracassada, TerraUSD (UST), e o token Terra Luna (LUNA). A falha da Terraform em 2022 resultou em uma perda de mais de US$ 40 bilhões nos mercados de criptomoedas.

Captura de tela da moção da Terraform solicitando permissão para intimar informações da FTX. Fonte: Kroll

A petição também solicitou informações sobre as carteiras utilizadas pela Jump Trading, que a SEC acusou de colaborar com a Terraform na manipulação do preço da stablecoin UST. A Jump Trading também foi processada em Illinois sob alegações semelhantes por supostamente comprar milhões de tokens UST em 2021 como parte de um acordo com a Terraform para restaurar a paridade da stablecoin em US$ 1.

“Os réus deturparam a recuperação do UST ao afirmar que o algoritmo era capaz de restaurar e manter a paridade de preço. Segundo a SEC, o UST recuperou sua paridade de preço porque os réus fizeram um acordo com uma empresa de negociação dos EUA, a Jump Trading, […] para comprar grandes quantidades de UST para sustentar o preço”, diz o documento judicial.

A Terraform também está buscando o arquivamento de um processo paralelo de ação coletiva na Califórnia, argumentando que, como está sediada em Singapura, as leis de valores mobiliários dos EUA mencionadas não se aplicam aos seus protocolos desenvolvidos no exterior.

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