Volume de criptomoedas negociadas em exchanges estrangeiras cai 40% em outubro, segundo Receita Federal
Enquanto isso, exchanges brasileiras registraram um aumento de 12,5% no volume negociado em relação a setembro.
O mercado de criptomoedas movimentou R$ 12,1 bilhões em outubro no Brasil, segundo dados repassados por pessoas físicas e jurídicas à Receita Federal, consolidando um aumento de 2,1% em relação a setembro.
O relatório mensal referente à negociação de criptomoedas por investidores brasileiros foi publicado pela Receita Federal em 5 de dezembro e revelou que a participação de mercado das exchanges brasileiras está em alta, ao passo que o volume de criptomoedas negociado em exchanges estrangeiras registrou uma queda substancial.
As exchanges brasileiras reportaram à Receita R$ 10,5 bilhões em volume negociado em outubro – um número 12,5% maior em relação aos R$ 9,3 bilhões transacionados em setembro.
Ao passo que, no mesmo período, as exchanges baseadas no exterior somaram R$ 382,5 milhões em transações envolvendo criptomoedas – uma queda de 40,8% em relação aos R$ 646 milhões negociados em setembro.
Os valores transacionados informados à Receita são impactados pela variação do real ante o dólar, moeda de referência para a cotação das criptomoedas. Vale ressaltar também que as exchanges de criptomoedas baseadas no Brasil são obrigadas a reportar todas as transações processadas em sua plataforma à Receita Federal, de acordo com as regras instituídas pela Instrução Normativa 1.888/2019.
Os dados divulgados pela Receita Federal não contemplam os possíveis efeitos da falência da FTX, cuja crise de liquidez teve início com o vazamento do balanço patrimonial do fundo de hedge de criptomoedas Alameda Research, que, assim com a exchange, pertencia ao agora acuado Sam Bankman-Fried (SBF).
A FTX era a segunda maior exchange global em termos de volume negociado, atrás apenas da Binance.
Declarações de pessoas jurídicas registram crescimento consistente
O número de CNPJs que declararam operações envolvendo criptomoedas em outubro chegou a 41.817, um número sete vezes maior do que em outubro do ano passado e 4,1% superior a setembro deste ano.
Os dados da Receita Federal registram um crescimento consistente do número de CNPJs que declaram transações envolvendo criptomoedas desde maio deste ano.
No que diz respeito às pessoas físicas, outubro testemunhou um recuo de de 15,2% no número de CPFs que declararam ter negociado criptomoedas. Ainda assim, 1,2 milhão de CPFs declararam ter realizado transações em outubro deste ano, um número 137% maior do que o registrado pela Receita há um ano.
Criptomoedas mais negociadas
O USDT, stablecoin atrelada ao dólar emitida pela Tether, movimentou R$ 9,3 bilhões em um total de 119 mil operações em outubro e foi a criptomoeda líder em volume negociado no mercado brasileiro.
Em segundo lugar, o Bitcoin (BTC) movimentou R$ 992,8 milhões em 1,3 milhão de operações. Assim, a maior criptomoeda do mercado registrou mais um recorde negativo a ser contabilizado neste rigoroso inverno cripto de 2022: pela primeira vez desde agosto de 2019, quando a Receita passou a divulgar relatórios mensais sobre declarações de criptomoedas no Brasil, o volume negociado de Bitcoin reportado ao órgão ficou abaixo de R$ 1 bilhão.
O Ether (ETH), token nativo da rede líder de contratos inteligentes Ethereum, movimentou R$ 261 milhões em outubro, um volume 42,8% menor do que em setembro.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, a recente aprovação do projeto de lei 4401/2021, que criou um marco regulatório para o mercado de criptomoedas no Brasil, pode favorcer o desenvolvimento da indústria no Brasil diante do vácuo legislativo global.
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