Paul Krugman sugere que exchanges roubam mais que bancos e decreta ‘fim do mundo cripto’

Vencedor do Prêmio Nobel de Economia também qualificou a blockchain como tecnologia inútil em tentar solucionar da vida real.

Fimbulwinter é um termo da mitologia nórdica utilizado para designar um período de três invernos sucessivos, repleto de neve e guerras assolando a humanidade, antecedendo o “fim do mundo.” Para o professor de Economia Paul Krugman, em artigo publicado na última semana no New York Times, o mercado de criptomoedas não está atravessando um “inverno cripto” e sim um “fimbulwinter”, porque, segundo ele, o “fim de todo mundo cripto, não apenas das criptomoedas”, está próximo. 

A decretação de morte feita pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2008 pode ser explicada pelo próprio título utilizado pelo autor: “Blockchains, para que servem?” Isso porque Krugman sustenta a ideia de que a tecnologia disruptiva, calcada na descentralização, ganhou força nos últimos anos por causa de ideologias políticas, em razão da não interferência dos governos e instituições financeiras sobre as transações, mas, segundo ele, a blockchain não faz sentido prático. Para ele, manter uma “livro contábil” (contrato inteligente) em vários lugares (descentralização) é algo sem utilidade.

O economista disse que o argumento original do Bitcoin (BTC), que acabaria com a necessidade de confiança entre as partes envolvidas em uma transação, e os riscos de os bancos fugirem com o dinheiro das pessoas, não se sustentam. Para ele, “bancos raramente roubam o dinheiro de seus clientes, enquanto instituições cripto mais facilmente sucumbem à tentação, e a inflação extrema destruir o valor do dinheiro é algo que normalmente só ocorre mediante o caos político.”

Paul Krugman acrescentou que a blockchain ainda não mostrou a que veio quando o assunto é o barateamento das transações e listou diversas tentativas fracassadas da utilização da tecnologia na resolução de problemas da vida real. Entre elas a utilização da blockchain pela bolsa da Austrália para liquidação de transações, cancelada duas semanas após ser implantada em razão de perdas de US$ 168 milhões, e a gigante marítima Maersk, que decidiu interromper a plataforma TradeLens, que utilizava a blockchain em sua cadeia de suprimentos. 

Ao qualificar as criptomoedas como “uma história incrível e também uma tragédia”, ele disse ainda que a popularização desse mercado só aconteceu por causa da desconfiança em relação a governos e bancos, além da paixão pela tecnologia, acrescentou que “a bolha do mundo cripto teve um custo enorme para a sociedade” e finalizou dizendo que “a mineração de Bitcoin sozinha utiliza tanta energia quanto diversos países.”

Quem também abriu uma nova ofensiva contra as criptomoedas nos últimos dias foi o economista brasileiro Tiago Reis ao dizer, entre outras críticas, que é “preferível a morte que comprar Bitcoin”, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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