Web Summit Rio espera movimentar mais de R$ 2 bi em 2023
O Rio de Janeiro será uma das sedes do Web Summit, congresso do setor de tecnologia que já passou por Lisboa em Portugal, Toronto no Canadá e Hong Kong na China. A novidade chega depois de a cidade ser a primeira capital brasileira a aceitar cripto para o pagamento de impostos e receber conferências globais sobre blockchain, criptoativos, web3, metaverso e tokens não fungíveis (NFTs).
O evento será o maior do setor de tecnologia no Brasil, com uma expectativa de movimentar cerca de
R$ 2 bilhões e reunir mais de 10 mil pessoas no Rio Centro, zona oeste da cidade entre os dias 1º e 4 de maio de 2023. Haverá também uma programação especial em monumentos conhecidos mundialmente como o Cristo Redentor e Pão de Açúcar.
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O Rio de Janeiro promete trazer nomes de peso para os painéis que costumam receber executivos como Craig Federighi, vice-presidente de Engenharia de Software de gigantes como a Apple e atletas como a tenista americana Serena Williams. Para o CEO global do Web Summit, Paddy Cosgrave:
“Olhamos para vários países no mundo, depois afunilamos para o Brasil e nos apaixonamos pelo Rio”.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, o Web Summit tem ligação direta com o sucesso de Lisboa em ter se tornado um hub de tecnologia na Europa nos últimos anos, algo no qual o Rio de espelha.
A fala do prefeito confirma a intenção de o Rio de Janeiro querer se tornar o novo polo não apenas da comunidade cripto, mas de inovação da América Latina.
“Esse hub de tecnologia tem a ver com trazer os jovens para a era tecnológica, para qualificar jovens, criar novos empregos, novas oportunidades”, afirmou Paes, citando inciativas como o Porto Maravalley, que une startups com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
“Cripto é inovação, tem tudo a ver com o Web Summit. Nós vamos aceitar o pagamento de impostos com cripto, fazer alguns investimentos em cripto também. Tem total conexão, é a nova economia”, reforça Paes.
Para o CEO e Cofundador da Mobees, Fábio Barcelos de Paula que acompanha o evento desde 2015, quando ainda era em Dublin:
“Tenho certeza que a chegada de Paddy Cosgrave e cia vai ajudar em muito a recolocar o Rio no centro da cena tech e empreendedora. Muito se fala como São Paulo tomou essa liderança nos últimos anos, o que foi fantástico porque ajudou a colocar no andar de cima o tema do empreendedorismo, das startups, dos VCs, dos talentos bizarros engajados em inovar na economia real. Claro que além da força econômica, o que a cidade fez também muito bem foi promover um networking insano entre os principais atores do ecossistema”.
Startups e Fintechs impulsionam negócios no Brasil e América Latina
Só em 2021, o Brasil arrecadou US$ 9,4 bi com startups brasileiras, quase o triplo em relação ao ano anterior. Quando se fala em capital de risco investido em startups latino americanas no ano passado, o valor sobe para impressionantes US$ 19,5 bi, segundo dados do Web Summit.
Dos 21 unicórnios do Brasil, 10 alcançaram esse status em 2021 o que deve atrair cada vez mais
empreendedores, especialistas, executivos, investidores, servidores públicos, professores, alunos, entusiastas em quatro dias de discussões, palestras e painéis durante encontro tech.
Um novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB) mostra que o Brasil continua liderando a América Latina na criação e adesão de fintechs. Empresas que unem a tecnologia com serviços financeiros têm se multiplicado cada vez mais na América Latina e Caribe. Conforme dados levados pelo IDB, houve um crescimento de 112% deste setor em toda a região entre os anos de 2018 e 2021.
Dessa forma, os países latino-americanos agora possuem aproximadamente 2.500 fintechs oferecendo serviços e produtos digitais para a sua população – mais de 20% de todas as empresas deste segmento existentes ao redor do mundo.
O IDB ressalta que o Brasil continua sendo o país da região com maior número de empresas, projetos e startups que se enquadram neste segmento. Responsável por 31% do total de fintechs existentes, o país é seguido pelo México e Colômbia, que possuem 21% e 11%, respectivamente.
A história por trás do Web Summit Rio
Duas mentes estão por trás dos recentes eventos cripto e inovadores que o Rio de Janeiro tem recebido desde o começo do ano. O CEO da Invest Rio, Rodrigo Stallone, agência de promoção e atração de investimentos da prefeitura da cidade que tem a missão de conectar empresas, investidores e iniciativas inovadoras e o advogado e político Chicão Bulhões, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro, sob a gestão do prefeito Eduardo Paes e, atualmente, é pré-candidato a deputado federal pelo PSD.
A dupla foi fundamental para que a cidade fosse escolhida como sede na América Latina. Stalonne diz que tudo começou no final de 2020, quando contou à namorada que traria o Web Summit para o Rio e ela o chamou de louco,
“Afinal, não conhecia ninguém que estivesse em contato com o grupo Web Summit. Para piorar, na época não tinha nem o cargo de CEO na Invest Rio e muito menos trabalhava para a prefeitura. Sentados num Starbucks eu lia o tuíte do Paddy Cosgrave desafiando a cidade do Rio a manifestar interesse pelo evento. A partir dali, minha cabeça já estava a mil por hora, pensando nas conexões possíveis”.
“Com essa ideia, fiz o que sempre gostei de fazer na vida: encontrar as pessoas certas para me ajudarem a atingir um objetivo. A primeira coisa foi pedir ao Chicão Bulhões – na época Deputado Estadual – que falasse ao recém eleito Eduardo Paes para aceitar aquele desafio”
Depois de algumas conversas, um nome se destacava: Guilherme Carames. Segundo Rodrigo, ele foi peça fundamental para a conquista que viria a seguir. No começo de 2021 foram muitas vídeo conferências online e devido a pandemia, muitos planos adiados, inclusive a data final do evento ter sido confirmada apenas para o ano que vem.
Depois de um convite para ir a Portugal, Eduardo Paes disse a Rodrigo:
“ Stallone, esse evento será no Rio”
“Algumas semanas depois, receberíamos Paddy (CEO Global), Craig e Artur para 3 dias na cidade maravilhosa. Agora, jogando em nosso campo, não pouparíamos esforços para mostrar todo o nosso potencial. Ao estilo Tim Maia, ‘do Leme ao Pontal’, visitamos todos os cantos. Do Museu do Amanhã ao Rio Centro, pelo mar e pelo ar, sem esquecer das nossas praias. Numa partida histórica nas areais de Copacabana, um gringo irlandês vencia um jogo de beach tennis, com aquela sensação que todo carioca tem: que lugar mágico!
De volta, com a sensação de dever cumprido, não havia mais nada a fazer. O grupo Web Summit já tinha a proposta na mesa, já havia visitado a cidade e, agora, a bola estava na quadra deles.
“Foram alguns meses de espera, até o Artur Pereira, Vice-Presidente Global do Web Summit – uma pessoa que defendia com unhas e dentes toda a história, qualidade e seriedade desse evento – telefonar informando que o Rio havia vencido a disputa. Olhando para trás, a caminhada foi longa e cheia de altos e baixos, mas poucas coisas na vida são mais recompensadoras do que conseguir tirar uma ideia da cabeça e torná-la realidade.
Quando entrei para comandar a Invest Rio junto ao nosso time de craques, dizia: estamos aqui para deixar um legado. E agora, estamos orgulhosos em poder dizer: o Web Summit é carioca”, finaliza Stallone.
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