Tune Traders lança plataforma de tokenização de royalties musicais no Brasil

Sistema abre possibilidade para os artistas anexarem direitos autorais a NFTs negociáveis

A empresa Tune Traders anunciou nesta segunda-feira (28) o lançamento de uma plataforma de tokenização de direitos autorais para atender cantores, músicos e compositores brasileiros. O sistema consiste na distribuição dos royalties musicais em uma determinada quantidade de criptoativos, normalmente tokens não fungíveis (NFTs), que são negociados pela plataforma. Neste caso, o percentual vendido pelo artista é distribuído entre os detentores dos tokens, serviço que é feito por meio da tecnologia blockchain, uma vez que os criptoativos são negociáveis. 

Na prática, a tokenização da Tune Traders representa a transformação do recebimento de direitos autorais em contratos inteligentes, o que permite um controle melhor do sistema de trackeamento de royalties que são repassados a associações pelo  Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) ou de distribuidoras, que recebem direto do Spotify e outros serviços de streaming. 

Segundo o fundador da Tune Traders, o compositor, roteirista e cineasta Carlos Gayotto, a plataforma permite conectar distribuidoras e associações dentro do ambiente blockchain, fazer splits de receitas on-chain e realizar pagamentos, possibilitando que investidores possam fazer parte deste ambiente. O entusiasta da criação da multiplataforma artística disse ainda que: 

Somos os primeiros a estar preocupados com a era do NFT, uma vez que o artista está vendendo direito autoral e outros direitos de obras sem se preocupar com o lastro dos royalties. Os royalties on-chain são fundamentais para esse processo. Na nossa opinião, não adianta nada você ser dono de uma música, de uma obra de arte, sem você poder gozar dos dividendos dela. Essa é a nossa premissa e é o que defendemos.  Empoderamos artistas ao conectá-los com os fãs, usando a blockchain como uma utility simplificando a distribuição de royalties. Com esta inovação, cada fã se torna um ‘embaixador’ da música e, com isso, o artista conquista novas oportunidades. A gente se aproximou do artista, o artista se aproximou do público e o público se aproximou dele, se tornando coprodutor fonográfico.

A plataforma chega ao mercado com a parceria das principais empresas do setor. Além da Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus), a novidade conta com a Believe, plataforma que distribui mais de um terço do volume de música digital do mundo; e da Fluve, plataforma de distribuição digital de música afiliada à Som Livre.

Nessa parceria com a TuneTraders vamos oferecer suporte na intermediação com
os fã-clubes dos artistas,  declarou o diretor geral da Abramus. Roberto Mello.

Ao destacar a eficácia do novo sistema, o especialista Maurício Magaldi, mentor da blockchain, explicou que: 

Dessa forma a gente tem uma rastreabilidade desses royalties on-chain e colocamos isso nos contratos digitais.

Outro parceiro da plataforma de validação e distribuição de royalties em
blockchain pela TuneTraders é a BRAVI (Brasil Audiovisual
Independente), que auxiliará no processo de tokenização.

Estamos buscando pequenas iniciativas no setor audiovisual e, com este projeto, vamos mostrar ao mercado como funciona o modelo de tokenização. Estamos confiantes com esta ação e o andamento dela para as próximas associadas, explicou o gestor de projetos da BRAVI Lucas Soussumi.

Cases de sucesso

Segundo Tune Traders,  entre os cases de sucesso da plataforma  estão as faixas “Travo” de Paulo Novaes e Annavittoria (500k plays em 1 mês), “Leveza”, de Joice Terra e a Batalha de Versos, em parceria com a Fluve, que premiou os rappers Nunez, Pazqim, Victor Fit e Andreia Dacal, e, em 2021, “O Tempo Não Espera”, de Zeca Baleiro. A ação com a faixa “Travo”, de Paulo Novaes, por exemplo, fechou um ciclo de um ano e meio do lançamento da música e um dos investidores já alcançou quase 100% de retorno. Dessa forma, tudo que entrar, a partir de agora, nos próximos 18 meses, será lucro.

Quem também decidiu tokenizar direitos autorais de duas de suas canções foi o rapper dos Estados Unidos Nasir Jones, artisticamente conhecido por Nas, que transformou em NFTs os royalties das canções ‘Ultra Black’ e ‘Rare’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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