Governo da Tailândia destrói casa flutuante de entusiastas do bitcoin; Casal pode pegar pena de morte
A Marinha da Tailândia rebocou nesta segunda-feira (22) uma casa flutuante (seastead) recentemente construída pelo casal entusiasta do bitcoin Chad Elwartowski e Nadia Summergirl, que estão foragidos.
Segundo a Reuters, eles moraram na casa por dois meses e partiram antes que a marinha tailandesa invadisse a estrutura em 13 de abril.
Assumidamente ‘early adopters’ da tecnologia, agora eles estão sob a mira da justiça tailandesa por invasão de território.
As autoridades tailandesas revogaram o visto de Chad (Nadia é tailandesa) e acusaram ambos de violar a soberania do país. A punição poderia chegar à pena de morte ou prisão perpétua.
Com a casa boiando no mar de Andaman, a intenção do casal era estimular a construção de comunidades flutuantes em águas internacionais como uma forma de explorar sociedades e governos alternativos.
“O casal declarou na mídia social sua autonomia além da jurisdição de qualquer tribunal ou lei de qualquer país, incluindo a Tailândia”, disse o oficial da marinha Vithanarat Kochaseni.
Aos repórteres, ele acrescentou que o agravante foi eles terem convidado outros para se juntarem no projeto.
“Nós vemos essa ação como uma afronta à independência da Tailândia”, disse.
Construindo a casa flutuante
Casal tomou a iniciativa de construir a casa flutuante quando viram que um projeto de uma ilha independente com criptomoeda própria não saiu do papel na Polinésia Francesa. Havia um memorando para a construção desse tipo de empreendimento em 2018.
Os promotores do projeto esperavam que um dia grandes cidades autônomas flutuantes pudessem ser reconhecidas como Estados soberanos por direito próprio. No entanto, as autoridades pararam o plano.
Eles, então, investiram US$ 150 mil (cerca de R$ 600 mil) no seastead, que foi construído pela empresa Ocean Builders, formada por um grupo de engenheiros. A casa estava localizada há 22 quilômetros da costa de Phuket, na Tailândia.
Visão futurística
A casa flutuante é feita de fibra de vidro e fica apoiada sob uma longarina de aço gigante. Ainda que bem rústico, o seastead do casal poderia servir de inspiração para empreendedores com visão futurística.
A longarina de aço que sustenta a seastead tem 20 metros de comprimento, 2 metros de diâmetro a 14 mm de espessura.
O fundo é equilibrado com concreto e areia. A longarina pode ser enchida com água para abaixá-la durante o tempo calmo e pode ser bombeada para elevar a altura para que a plataforma fique posicionada bem acima das ondas.
O seastead é capaz de resistir a ondas de 5 metros.
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