98% das criptomoedas não servem como investimento, diz fundador do Nubank

David Vélez, fundador e CEO do Nubank, destacou que 98% das criptomoedas não podem ser consideradas como opção de investimento

Em uma entrevista para a Fortune, David Vélez, fundador e CEO do Nubank, destacou que 98% das criptomoedas não podem ser consideradas como opção de investimento, no entanto, o Bitcoin, assim como outros criptoativos são diferentes de tudo.

“98% das criptomoedas não são ativos de investimentos reais. Acreditamos que o Bitcoin é diferente de tudo, e há alguns outros tokens que fazem sentido. Acreditamos no Bitcoin como um ativo no qual os consumidores devem investir e, portanto, oferecemos uma plataforma de investimento de criptomoedas”, disse.

Ainda segundo ele, o Nubank chegou atrasado na corrida do mercado de criptomoedas já que o banco anunciou suas primeiras iniciativas no setor somente no bull run de 2020-21, porém ele disse que o banco está focado no mercado e que possuí uma perspectiva diferente de outras empresas no setor, o que lhe confere uma vantagem no lançamento de produtos e serviços.

“Estamos um pouco atrasados para o jogo, mas estamos muito focados em tentar diferenciar o que é apenas pura especulação do que é real em tecnologia no mundo das criptomoedas. Acredito que há risco em ambos os lados, se você pensar que tudo faz sentido ou que nada faz sentido nas criptomoedas — você só enxerga os extremos”, destacou.

Comentando sobre o projeto de CBDC do Brasil, o Drex, Vélez afirmou que o Banco Central do Brasil deu um passo importante com o lançamento do Pix, que colocou o país pelo menos 5 anos a frente de nações como EUA e Europa no que se refere a economia digital.

“Acredito que o Pix foi o que permitiu a um país como o Brasil ultrapassar economias desenvolvidas como os EUA e a Europa, posicionando o Brasil provavelmente cinco anos à frente dos EUA.”

Ele afirmou que o Pix já é uma espécie de moeda digital do Brasil, e que ele está ajudando a digitalizar a economia do país, aumentando a inclusão financeira.

“…e fazendo tudo isso de graça 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso é provavelmente a maior disrupção, ou uma das maiores disrupções nos serviços financeiros do mundo”, afirmou.

Nesta linha ele apontou que o Drex seguirá este projeto de digitalização e vai permitir o lançamento de novos casos de uso para todo a indústria financeira e de investimentos do Brasil.

Nubank e criptomoedas

O envolvimento do Nubank com o mercado de criptoativos começou por volta de 2020 quando o banco começou a permitir que aos clientes exposição em fundos de investimento ligados ao mercado de criptomonadales. Logo depois, no final daquele ano, uma postagem no blog oficial do bando destacou o potencial disruptivo dos ativos digitais, em especial do BTC.

Em 2021, o Nubank deu um passo significativo em direção às criptomoedas ao anunciar a compra de Bitcoin como estratégia de tesouraria. Em junho do mesmo ano a empresa comprou a Easynvest e passou a oferecer investimentos em ETFs de BTC como o QBTC11, da QR.

Pouco tempo depois, em julho, o banco anunciou o lançamento do cartão Nubank Ultravioleta, que, dentre outros benefícios, permitia ganhar cashback instantâneo de 1% que podia ser usado para investir em Bitcoins.

Contudo, o ‘boom’ do banco no mercado de criptomoedas ocorreu no mercado de baixa de 2022 quando o Nubank anunciou uma parceria com a Paxos e passou a permitir aos clientes comprar e vender Bitcoin e Etheruem diretamente pelo app do banco. Em pouco tempo a instituição superou mais de 2 milhões de usuários negociando criptoativos.

Em 2023 o banco expandiu ainda mais os serviços e anunciou o lançamento de sua criptomoeda própria a Nucoin que chegou a subir 1900% durante um pico de alta no segundo semestre deste ano e também anunciou serviços de custódia para Bitcoin (BTC) e criptomoedas por meio de uma parceria estratégica com a Fireblocks. Em julho deste ano o banco também comemorou a seleção para participar dos testes do Drex.

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