3 tokens DeFi que subiram até 44% em uma semana de retomada do crescimento do setor
Origin Protocol (OGN), GMX e Frax Share (FXS) foram os tokens DeFi de melhor desempenho em uma semana em que o setor recuperou-se parcialmente das perdas recentes de US$ 28 bilhões em capitalização de mercado.
Se o mercado de criptomoedas como um todo vem mantendo correlação direta com o mercado acionário, especialmente no que diz respeito às ações de tecnologia, o setor DeFi (finanças descentralizadas) não escapa ao mesmo destino.
Após uma semana de perdas amplas de capitalização de mercado das criptomoedas entre 5 e 12 de abril, em que apenas os tokens DeFi perderam US$ 28 bilhões em valor de mercado, um crescimento de 5% foi verificado nos últimos sete dias. A capitalização total dos tokens DeFi subiu de US$ 120 bilhões para US$ 125,8 bilhões, de acordo com dados do CoinGecko.
Com ganhos semanais de 13,3%, o Terra (LUNA) obteve a maior valorização entre os tokens das principais plataformas de contratos inteligentes. Os demais oscilaram positivamente, com a Avalanche (AVAX) registrando ganhos de 6,4% que lhe garantem o segundo melhor desempenho semanal, seguido por Solana (SOL), com 5,5% Fantom (FTM), com 4,1% e por último o Ethereum (ETH), com 3,6%, de acordo com dados do CoinGecko.
Protocolo em ascensão que deve lançar ainda este mês a sua própria stablecoin algorítmica – o USDN – entrando em uma disputa direta com o Terra, o NEAR Protocol (NEAR) acumulou ganhos de 7,2%.
Em termos de valor total bloqueado (TVL), no entanto, o NEAR ainda está muito distante dos líderes, com menos de US$ 500 milhões travados na sua rede. A julgar pelo crescimento do Terra no ano passado, é possível que o lançamento do USDN atraia liquidez para o protocolo, alçando-o à briga pelas primeiras posições do ranking.
O valor total bloqueado em todo o setor de finanças descentralizadas cresceu de US$ 255,8 bilhões para US$ 264,9 bilhões – uma alta de 3,5%, de acordo com informações da plataforma de monitoramento de dados DeFi Lllama.
O Ethereum segue respondendo por aproximadamente 56% do valor total bloqueado em protocolos DeFi, seguido por Terra, com 12,1%, BNB Chain (BSC), com 6,4%, Avalanche, com 5,6%, Solana, com 2,8% e Fantom, com 2,5%.
Enquanto isso, os três tokens de maior destaque do setor foram o Origin Protocol (OGN), o GMX e o Frax Share (FXS).
Origin Protocol (OGN)
Baseado na blockchain do Ethereum, o Origin Protocol (OGN) é um ecossistema que combina NFTs a funcionalidades DeFi. A Origin Story permite que os usuários criem seus próprios marketplaces personalizados de NFTs para lançarem coleções originais.
Assim, os criadores de conteúdo assumem controle direto e objetivo sobre os produtos físicos e digitais que desejem explorar através de experiências personalizadas em NFTs. A família do mestre cubista Pablo Picasso e Paris Hilton já firmaram parcerias com o protocolo para lançar NFTs através da plataforma.
O Origin Token (OGN), utility token do protocolo, pode ser usado para obter rendimentos automáticos através das transações realizadas no ecossistema. Esses rendimentos são convertidos automaticamente em Origin Dollar (OUSD), a stablecoin original do protocolo. Os usuários do Origin a recebem diretamente em suas carteiras digitais sem que haja necessidade de travar suas moedas em staking.
Recentemente, o Origin Protocol anunciou a expansão do Origin Story para permitir a criação de coleções de NFTs em larga escala com foco em jogos, no metaverso e colecionáveis PFP (imagens de perfil).
Em 12 de abril, os desenvolvedores do projeto anunciaram a aprovação de uma proposta de governança que prevê a distribuição de taxas recolhidas por transações realizadas na Origin Story para os detentores do OGN que mantêm seus tokens em staking.
Tanto comissões recolhidas durante o processo de mintagem e lançamentos de coleções quanto taxas e royalties provenientes de negociações no mercado secundário serão destinados aos stakers do Origin Token, uma vez que o programa de staking do protocolo seja relançado. O anúncio foi feito pela equipe do projeto em uma publicação divulgada no Medium.
Outro fator que contribuiu para a recente alta do OGN foi a listagem na exchange Gate.io na sexta-feira, 15. Em antecipação ao lançamento, o protocolo e a exchange promoveram uma competição de trading que distribuiu 26.000 OUSD em prêmios.
Assim, nesta semana, o OGN valorizou 44%, saltando de US$ 0,45 em 12 de abril para US$ 0,65 nesta terça-feira, de acordo com dados do CoinGecko. Sua capitalização de mercado atingiu US$ 312,4 milhões, o que coloca o OGN na 212ª posição no ranking de criptomoedas.
Desempenho semanal do OGN. Fonte: CoinGecko
GMX
A GMX é uma exchange descentralizada (DEX) que oferece aos usuários negociações no mercado à vista e contratos futuros perpétuos, com baixas taxas de transação, alavancagem de até 30 vezes e baixo risco de liquidação.
Na GMX, as negociações são realizadas através de um pool que reúne ativos diversos e gera rendimentos para os provedores de liquidez a partir de taxas recolhidas em formadores automáticos de mercado, swaps, operações de alavancagem (spreads, taxas de financiamento e liquidações) e rebalanceamento de ativos.
Os preços dinâmicos são suportados pelos oráculos da Chainlink (LINK), em consonância com os preços das principais DEXs do mercado. Assim, a GMX procura atender às diferentes classes de usuários.
Os detentores do GMX recebem recompensas e participam das decisões de governança; os provedores de liquidez recebem seus tokens GLP que garantem participação sobre as taxas de transação, enquanto os traders encontram um espaço para realizar suas transações.
O GMX começou a atrair as atenções de alguns investidores mais atentos ao mercado depois que anunciou sua participação no Arbitrum Odyssey. O evento promovido pela solução de segunda camada do Ethereum recompensará os participantes com NFTs projetados pelos criptoartistas Ratwell e Sugoi e pelo projeto Galaxy. O GMX é um dos 56 projetos participantes da Arbitrum Odissey, cujo início está previsto para meados de maio.
Há exatamente uma semana, o analista DeFi Jack Niewold chamou atenção em uma postagem no Twitter para os aportes de uma grande baleia do Ethereum no token GMX. Nada mais nada menos do que Arthur Hayes, fundador da exchange Bitfinex.
Could be:
• a gigabrain play on volatility
• a way to deploy capital ahead of an Arbitrum airdrop
• insider infoor maybe it’s just a hunch.
Either way, $GMX could be an interesting play.
— Jack Niewold (@JackNiewold) April 12, 2022
2. GMX
O fundador da Bitfinex, Arthur Hayes (maelstromfo.eth), aportou recentemente US$ 1 milhão em GMX.
Embora ele tenha declarado no Medium que ele protegeu a posição com puts de Bitcoin, é interessante que um fundador de uma CEX tenha apostado US$ 1 milhão em uma DEX nessas condições de mercado.
Poderia ser:
• um aposta gigabrain na volatilidade
• uma maneira de implantar capital antes de um possível airdrop da Arbitrum
• informações privilegiadas
ou talvez seja apenas um palpite.
De qualquer forma, o $GMX pode ser uma jogada interessante.
— Jack Niewold (@JackNiewold)
Seja qual for a razão para a aposta de Hayes, o fato é que nos últimos sete dias o token de governança da GMX subiu 39%, saltando de US$ 29,29 para US$ 39, de acordo com dados do CoinGecko. A capitalização de mercado do GMX é de US$ 293,5 milhões, o que o posiciona na 218ª posição no ranking de criptomoedas.
Desempenho semanal do GMX. Fonte: CoinGecko
Frax Share (FXS)
O Frax Finance é o protocolo responsável pela emissão e administração da primeira stablecoin algorítmica fracionária – uma criptomoeda de código aberto e não permissionada. Atualmente baseada na rede Ethereum, a ideia é que ela se torne um ativo cross-chain no futuro. O objetivo do protocolo é fornecer uma moeda algorítmica descentralizada e escalável em alternativa a ativos digitais de suprimento fixo como o Bitcoin.
O protocolo funciona a partir de um sistema monetário dual baseado no FRAX e no Frax Share (FXS). A primeira é uma stablecoin cujo objetivo é manter-se atrelada ao valor nominal de US$ 1,00 por unidade e não possui um suprimento fixo definido; a segunda é o token de governança do protocolo, cujo suprimento total é de 100 milhões de unidades, e que adquire valor a partir de toda nova unidade de FRAX cunhada, de taxas de negociação e de ativos colateralizados excedentes.
De acordo com os desenvolvedores do projeto, trata-se de uma modalidade totalmente nova de stablecoin. Até então, havia três categorias diferentes: atreladas a moedas fiduciárias, como o dólar; sobrecolateralizada, que utilizam criptomoedas como garantia; e algorítmicas sem ativos colateralizados como garantia.
O Frax seria a primeira stablecoin descentralizada cuja manutenção da estabilidade é calibrada na proporção entre os ativos colateralizados e o seu algoritmo. Se o FRAX estiver sendo negociado acima de US$ 1,00, o protocolo diminui o índice de colateralização. Se o FRAX estiver sendo negociado abaixo de US$ 1,00, o protocolo aumenta o índice de colateralização.
Desde o final do ano passado, o preço do FXS vem sendo impulsionado pela crescente adoção do FRAX. No início deste mês, a stablecoin do Frax Finance juntou-se ao UST do Terra no pool de liquidez “4pool” na exchange de stablecoins Curve Finance (CRV).
O A 4pool é composto por duas stablecoins descentralizadas, UST e Frax’s FRAX, e duas stablecoins centralizadas, o USDC e o USDT. O objetivo do pool é aumentar a utilidade da stablecoin do Terra por meio de uma parceria com a Frax e o Redacted Cartel, uma ferramenta para obtenção de rendimentos a partir de tokens bloqueados.
Este novo impulso à adoção do FRAX causou um sentimento positivo no mercado, uma vez que o FXS ganha valor a partir da emissão da stablecoin e das taxas de transação da Frax Finance.
Esta semana, o Frax Finance lançou uma nova moeda para somar-se ao seu ecossistema em expansão. O Frax Price Index (FPI), uma stablecoin algorítmica atrelada ao dólar que é corrigida em função das variações do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI). Usando dados dos oráculos da Chainlink, sempre que a inflação oficial dos EUA for divulgada haverá um ajuste de “valor denominado em dólar” de acordo com o índice.
Com a adição do novo token ao ecossistema Frax Finance e a associação com o Terra, o Frax Share subiu 31,8% nos últimos sete dias, saltando de US$ 27,41 para US$ 34,26. A capitalização de mercado de US$ 1,9 bilhão garante ao token a 63ª posição no ranking de criptomoedas, de acordo com dados do CoinGecko.
Desempenho semanal do FXS. Fonte: CoinGecko
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