2 opções baratas para armazenar criptomoedas, indicadas por especialistas
Apesar do salto em interesse relacionado a autocustódia, nem todos os investidores do mercado cripto possuem fundos para adquirir carteiras em hardware. Especialistas recomendam alternativas que cabem no orçamento
A preocupação com a autocustódia tomou os investidores do mercado cripto após o colapso da FTX, em meados de novembro de 2022. Entre as cinco maiores exchanges do mundo em volume, o fluxo mensal de retirada de criptomoedas segue ocorrendo, apontam dados do DefiLlama.
Embora o método tido como ideal por especialistas seja o armazenamento carteiras de hardware, que são dispositivos criados especificamente para guardar criptoativos, o preço pode ser proibitivo para alguns usuários. Especialistas ouvidos pelo Cointelegraph Brasil falam sobre alternativas de autocustódia que podem ser utilizadas por investidores que não podem adquirir carteiras de hardware.
Alternativas e importância da autocustódia
Antes de conhecer opções para manter, por conta própria, suas criptomoedas, o investidor precisa entender os riscos de deixar seus fundos com terceiros, avalia Felipe Escudero. Escudero é fundador do canal BitNada, e oferece o método “Carteira Blindada” dentro do serviço por assinatura Cripto Select.
“Vimos dezenas de casos no mercado cripto de corretoras e outras empresas que faliram, ou simplesmente deram golpe nos investidores. Temos o exemplo recente da FTX, e todas as empresas que estavam sob seu guarda-chuva.”
Primeiro, Escudero destaca a importância de usar uma carteira com boas recomendações e, de preferência, que tenha o código aberto. A importância do código aberto é para que qualquer agente interessado possa verificar brechas de segurança. Essa, porém, é apenas a parte do software, sendo necessário um dispositivo para manter a carteira.
“Vai trocar de celular? A dica que eu te dou é: pegue o celular antigo, formate-o, instale suas carteiras nele e deixe-o desligado. Desta forma, você fez uma ‘carteira fria’ gastando muito pouco ou nada. O mesmo processo pode ser usado para outros dispositivos, como notebooks ou tablets”, diz o fundador do BitNada.
O momento em que o investidor deve ter mais cuidado, salienta Escudero, é durante a atualização do sistema operacional da carteira. Ao se conectar com a internet, abre-se o dispositivo para eventuais brechas. Sobre softwares, ele menciona Blue Wallet e Electrum para armazenar Bitcoin (BTC). “Ou pode ser outra que seja multiassinada. Ou seja: vários dispositivos precisam permitir a transação. De preferência, fisicamente separados.”
Para armazenar outros criptoativos, Escudero menciona a versão para dispositivos móveis da MetaMask. Dada a diversidade de redes que podem ser incluídas na carteira, ele avalia a carteira como uma alternativa viável para armazenar tokens de diferentes protocolos.
Separando os dispositivos
As carteiras “airgap” têm conquistado certa notoriedade entre os investidores de criptomoedas. São carteiras que permitem a separação da carteira e da assinatura, que fica em um dispositivo offline. Em outras palavras, ainda que a carteira seja comprometida, não é possível mover os fundos sem o dispositivo responsável por validar as transações.
O entusiasta e investidor Douglas Alex publicou, em seu perfil no Medium, um guia sobre como utilizar as soluções AirGap Wallet e AirGap Vault. Ele avalia que o método airgap, descrito acima, é “a melhor forma de armazenar criptomoedas”.
“O AirGap Vault funciona como outras carteiras mais conhecidas, como a SecuX, onde as aprovações das transações são feitas através da leitura de um QR Code. O conceito surgiu da ideia de criar esse modelo de carteira para celulares. Um ponto muito positivo é que a AirGap se dispõe a dar suporte para outras carteiras, como a MetaMask”, diz Alex ao Cointelegraph Brasil.
Embora Vault e Wallet sejam softwares diferentes, é possível armazená-los no mesmo dispositivo. Douglas Alex destaca, no entanto, que essa é uma decisão que compromete a segurança da solução.
“É possível, mas não é seguro. A chave privada deve ser sempre mantida em um dispositivo offline, e a própria empresa recomenda o uso de dois dispositivos”, afirma. Nesse caso, a solução apontada por Felipe Escudero, de reservar um dispositivo móvel reserva para guardar o software Vault, continua válida.
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