Visa revela que 11 Bancos Centrais já lançaram CBDC, 20 estão em fase piloto e mais de 100 países estudam o tema

Visa revela estudo exclusivo sobre o futuro das CBDCs nas economias nacioanais

A corrida para a implementação de moedas digitais emitidas pelo banco central (CBDCs) é um fenômeno global que promete revolucionar os sistemas financeiros.

Em um artigo encaminhado ao Cointelegraph, Vanesa Meyer, vice-presidente de Inovação e Design da Visa América Latina e Caribe, destaca o potencial inovador que as CBDCs apresentam, além de apontar para os desafios que precisam ser superados para uma adoção eficaz.

“Atualmente onze bancos centrais já lançaram suas moedas digitais, 20 estão em fase piloto e mais de 100 países estão explorando o uso de CBDCs para melhorar a estabilidade, a resiliência e a eficiência dos sistemas financeiros”, revelou a executiva.

Meyer descreve as CBDCs como moedas virtuais emitidas por um banco central, tendo por base o formato digital. E é justamente essa nova modalidade de moeda que diversos bancos centrais estão explorando, cada um com seus objetivos específicos, que vão desde a promoção da inclusão financeira até a manutenção da independência nas questões de política monetária.

Essas moedas digitais dividem-se em duas categorias principais: as de varejo (como o Yuan Digital da China) e as de atacado (como o Real Digital no Brasil).

Ela explica que as CBDCs de varejo destinam-se ao uso pelo público em geral, enquanto as de atacado são reservadas para uso por instituições financeiras, geralmente utilizadas para liquidações interbancárias e outras transações de atacado.

No contexto da América Latina e Caribe (LAC), as CBDCs podem abrir novas oportunidades de valor. No entanto, segundo Meyer, para atingir uma adoção precoce e democratizar o uso dessas moedas digitais, o setor precisa solucionar vários desafios, em especial no que diz respeito às CBDCs de varejo e à aceitação do público.

“O setor precisa solucionar vários desafios para promover a adoção precoce, a democratização e o uso em massa dessas moedas, especialmente quando a questão são as CBDCs de varejo e a disposição do público em usar essas moedas digitais”, afirmou.

Nesse sentido, ela aponta que a Visa realizou um estudo de pesquisa em colaboração com especialistas em criptomoeda. O objetivo era entender os desejos e sentimentos dos consumidores e estabelecimentos comerciais da LAC em relação às CBDCs de varejo.

“Os resultados apontaram dois elementos cruciais para a adoção de uma CBDC de varejo: a confiança dos usuários e a expansão da digitalização”, disse.

CBDCs

Meyer aponta que a pesquisa identificou que a confiança é essencial quando se trata de dinheiro, governança e tecnologia. O sentimento de desconfiança nas capacidades tecnológicas de governos e bancos centrais para criar uma infraestrutura resiliente para CBDCs tem crescido, alimentado por ambientes políticos voláteis.

Ela aponta também que há também dúvidas quanto à independência e privacidade que uma CBDC pode oferecer.

Por isso, os usuários exigem um modelo híbrido para a adoção de uma CBDC de varejo, onde governos se unam ao setor privado para oferecer experiências de dinheiro digital inovadoras, seguras e credíveis.

“O estudo também destaca que a CBDC deve ser apresentada como uma alternativa conveniente ao dinheiro e não como uma moeda obrigatória. Da mesma forma, é fundamental criar protocolos que possibilitem que consumidores e empresas disponham de transparência e controle total sobre seu dinheiro, patrimônio e informações”, afirma.

Meyer ainda destaca que a digitalização impulsionará o uso generalizado das CBDCs de varejo. Para isso, é preciso elevar os baixos índices de inclusão financeira e digitalização, que ainda são uma realidade para uma parcela significativa da população.

O estudo também aponta que é necessário criar protocolos que permitam transparência e controle total sobre o dinheiro, patrimônio e informações dos usuários.

“Os obstáculos existem, mas as oportunidades para criar um ecossistema de pagamentos mais eficiente, seguro e sem atrito com CBDCs são maiores. Nossos especialistas em CBDC estão trabalhando ativamente com bancos centrais, instituições financeiras e fintechs para criar ecossistemas baseados em confiança e casos de uso centrados no usuário para impulsionar a adoção e democratizar as CBDCs em toda a região LAC, para todos e em todos os lugares”, finaliza.

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