9 analistas apontam para onde vai o preço do Bitcoin depois de atingir US$ 30 mil
Analistas não acreditam que Bitcoin deve cair abaixo de US$ 25 mil e destacam que o mercado de alta já começou
Os touros tem promovido uma ampla recuperação no preço do Bitcoin (BTC) em 2023. Após chegar ao fundo de US$ 15 mil no ano passado, os touros passaram por cima das resistências de US$ 25 mil, US$ 29 mil e ignorando o discurso contrário aos criptoativos dos reguladores nos EUA, o BTC quebrou US$ 30 mil.
No entanto, agora os investidores questionam se é hora de realizar lucros e se preparar para uma correção ou aproveitar o momento e abrir posições em Long para lucrar ainda mais com uma nova onda de valorização.
O Cointelegraph consultou 9 especialistas brasileiros que teceram cenários para o preço do Bitcoin em abril. Confira.
Ridian e Transfero
Rogelio Sada, CEO da Ridian, diz que embora seja impossível prever o preço e a direção de ativos de risco voláteis, como criptomoedas, é possível fazer uma estimativa sobre o preço do BTC em abril. Para ele, o aumento contínuo da inflação e das taxas de juros pelos bancos centrais torna o ambiente desafiador e incerto para as criptomoedas.
Ele destaca que com as recentes crises bancárias nos EUA e na Europa, seria de se esperar um impacto negativo nos mercados de ações e criptomoedas, que estão amplamente correlacionados com as ações atualmente, mas mais uma vez foi provado que estávamos errados.
No entanto, ele aponta que esses ventos macroeconômicos contrários podem impedir que o Bitcoin (e as criptomoedas em geral) continue a subir no ritmo que vimos em 2021, por exemplo.
“Por esse motivo, achamos que o BTC provavelmente permanecerá entre US$ 25.000 e US$ 35.000. Isso pode, é claro, mudar muito rapidamente com grandes desenvolvimentos adicionais chegando nas frentes regulatória ou legal, sejam bons ou ruins”, disse.
Já Thiago Cesar, CEO da Transfero acredita que após romper com US$ 30 mil o Bitcoin deve ficar negociado nesta faixa de preço durante o mês e não deve superar os US$ 40 mil no período.
“O mercado tem se consolidado cada vez mais e eu acredito que em abril depois de romper US$ 30 mil ele deve ficar negociando lateralmente, uma vez que o medo da crise financeira não tenha afetado o setor, por estar separado do plano financeiro tradicional”, destacou.
Yaak, Viden.vc e InvestSmart XP
Marina Perelló, COO da Yaak, também acredita que após romper com a resistência de US$ 30 mil o Bitcoin deve continuar negociando lateralmente, porém a divulgação de resultados do primeiro trimestre das companhias (sobretudo bancos e big techs) e a atualização Shanghai, implementada com sucesso no Ethereum, podem sacudir o mercado.
Por outro lado, João Kamradt, head of research and investments da Viden.vc, destaca que a longo prazo, todos são otimistas em relação ao Bitcoin portanto, para ele, o preço de tela no curto prazo (de dias e mesmo semanas) não é tão relevante.
“O que sempre avaliamos são os fundamentos do projeto e em torno dele. Se eles continuam sólidos ou não. O Bitcoin não só possui fundamentos sólidos como esses fundamentos ganharam reforços de narrativa a partir dos acontecimentos de março, com o fechamento de bancos nos EUA e do ativo se colocar como uma alternativa adequada a outras moedas. Desse modo, nossa perspectiva a longo prazo continua bulish”, apontou.
Já o Head de Cripto da InvestSmart XP, William Lee, destaca que no curto prazo o preço do Bitcoin deve se comportar novamente correlacionado com o cenário macroeconômico.
“À medida que esse cenário for melhorando e favorecendo ativos de risco, muito provavelmente essa correlação deve diminuir e ter mais fatores endógenos fazendo preço ao invés do contrário, que está ocorrendo desde a pandemia”, analisou.
Quantzed Criptos
Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, também aponta que o comportamento do preço do Bitcoin vai depender muito agora do que o macro vai apontar. Ele destaca que no mês passado, houve uma forte alta que aconteceu em função da narrativa de que o Bitcoin possa ser um contraponto aos bancos, ao sistema financeiro tradicional.
Segundo ele, conforme essa situação vai se acalmando, os bancos foram ali ajudados pelo governo americano, essa narrativa vai perdendo força. Porque muito vem da expectativa de que tudo poderia ruir. Quando o mercado vai percebendo que isso não vai acontecer agora, a narrativa vai perdendo força e isso vai depender a partir de agora da inflação lá nos Estados Unidos.
Para ele, existe uma expectativa de melhora, muito até porque a falência dos bancos pode gerar ali uma escassez de crédito e isso ajuda a inflação a cair. Os dados de emprego nos EUA também vieram abaixo do esperado, menos empregos do que o mercado esperava, então isso é positivo para a inflação.
Segundo ele, isso quer dizer que a inflação pode estar cedendo e aí vem obviamente um sinal de que pode acontecer uma recessão. Isso é ruim, mas o mercado no momento está mais preocupado com a inflação do que com recessão.
“A minha expectativa é que, após romper com US$ 30 mil, o preço do Bitcoin encontre ali um ponto entre US$ 26 e US$ 29 mil dólares e fique nessa faixa sem muitas movimentações bruscas de preço nem buscando de novo o fundo de US$ 16 mil dólares, nem ficar acima dos US$ 32 mil dólares. Essa faixa de preço agora vai ser a faixa de preço estável até que a gente tenha aí novas informações sobre inflação e juros”, afirmou.
iVi Technologies, BlockBR e KATE Capital
Antonio Bertuccio, Head of Strategies iVi Technologies, aponta que o preço do Bitcoin deve variar entre as faixas de US$ 32 mil e US$ 28 mil. Para ele, o BTC está se descorrelacionando dos mercados de renda variável americanos, o que é uma boa notícia para os investidores.
“O que pode impactar no preço da moeda em abril serão as decisões de política monetária do FED e o consequente controle inflacionário. O Bitcoin deve seguir tendo uma valorização superior à maioria das criptomoedas alternativas”, destacou.
Já Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR, destaca que a adoção de criptomoedas por grandes empresas e instituições financeiras pode ser um fator positivo para o preço do Bitcoin em abril e o aumento do interesse dos investidores institucionais e a crescente aceitação das criptomoedas por parte do público podem impulsionar o preço do BTC.
Porém, as mudanças regulatórias e os eventos por parte de órgãos reguladores podem afetar negativamente no valor, impedindo uma alta.
“Mesmo com estes detalhes, o preço e o volume continuam acompanhando as médias exponencialmente, podendo atingir patamares envolta de US$ 33.500. Pontos importantes é que para toda subida há o momento de descanso e retomada de folego desta crescente semelhante a atingir níveis maiores que indica sinais mais claros sobre a sua valorização e confiança por parte dos investidores”, aponta.
Já Christian Aranha, sócio e conselheiro da KATE Capital, destaca que o preço do Bitcoin não deve parar de subir mais até ano que vem do Halving.
“A tendência são os juros pararem de subir e assim o Bitcoin vai voltando ao valor anterior em US$ 69 mil”
LEIA MAIS
- Juiz dos EUA decide que IRS não infringe privacidade ao solicitar dados de exchanges de criptomoeda
- Maior conferência de blockchain do Japão adiada devido ao coronavírus
- Grayscale diz que 84% dos juros do terceiro trimestre vieram de fundos de cobertura não cripto