Youtuber Cauê Moura chama donos de NFTs de ‘otários’

Influenciador diz que NFTs representam manutenção da lógica capitalista de explorar a desigualdade

Um vídeo do YouTuber Cauê Moura, que circula nas redes sociais, está dando o que falar no mundo cripto. No caso a afirmação do influenciador digital de que os tokens não fungíveis (NFTs) não passam, segundo ele, de arquivos jpeg construídos em um ambiente digital para dar a ideia de escassez para os criptoativos.

 

 

Segundo ele, os donos de NFTs são “otários” que têm “jpegs exclusivos”. Cauê  aparentemente não se lembrou dos artistas, entre outros produtores de conteúdo, que estão abrindo espaço no mercado com a negociação de suas obras em formato de NFTs.

O YouTuber fez uma analogia entre os NFTs e a lógica capitalista, no caso a “criação de escassez” que separa as classes mais favorecidas das menos favorecidas:

O capitalismo funciona com a manutenção da desigualdade e dá má distribuição de recursos.  Para que uns possam ter muito, outros têm que ter pouco, é o papo de escassez: o capitalismo prospera na escassez. Por isso inclusive que essa classe média nojenta do Brasil ficou com raiva quando anunciaram que ia ter camarão nas marmitas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), alfinetou.

Para Cauê, a existência dos NFTs é apenas uma forma encontrada pelo capitalismo para criar escassez no mundo digital e separar os ricos dos pobres:

Tem que ter escassez para fazer sentido esse consumo idiota. Aí o que acontece? No ambiente digital isso nunca aconteceu, era um jpeg ou um jpeg, tenha você um computador da Nasa ou um iMac de R$ 60 mil ou um Moto G de R$ 300, você pode ter uma imagem no seu celular… aí o capitalismo disse: ‘Vamos resolver isso aí, vamos criar escassez digital também, vamos trazer o capitalismo para um meio onde isso não fazia sentido, vamos fazer fazer sentido’… então o que é NFT? É criação de escassez digital, artificial, para que o otário se sinta exclusivo sendo dono de um jpeg…, disparou.

‘Escassez artificial’, ‘coisa de otário’, ou não, o fato é que a ‘exclusividade capitalista’, ressaltada nas palavras de Cauê Moura, talvez não seja suficiente para justificar e expansão deste mercado. 

Na última semana, o craque da Seleção Brasileira e do Paris Saint-Gemain (PSG) Neymar Jr desembolsou US$ 1,1 milhão por dois NFTS da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC)

Se a iniciativa do jogador foi um gesto para se ‘sentir exclusivo’ ou não, é impossível afirmar. Mas certamente essa não foi a intenção do artista cearense Renancio Monte, que encontrou nos NFTs uma oportunidade de ganhar dinheiro com ‘obras de arte digitais’ ao transformar 18 personagens do folclore brasileiro na coleção ‘Crypto Legends’.

No início deste mês o rapper estadunidense Nasir Jones, o Nas, também anunciou a transformação dos direitos autorais de duas de suas canções em NFTs. O que, na prática, direciona os royalties das músicas para os donos dos criptoativos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

 

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