Você ‘consome blockchain’ todo dia e nem sabia: Unilever, Ambev, AkzoNobel e Braskem já usam tecnologia na reciclagem

A tecnologia blockchain já está mudando a vida de muitas pessoas no Brasil e muitas pessoas no país já estão ‘consumindo’ blockchain sem saber

Embora a tecnologia que deu vida ao Bitcoin, e blockchain, seja encarada por muitos especialistas como uma ‘promessa’ para o futuro, ela já está mudando a vida de muitas pessoas no Brasil e muitas pessoas no país já estão ‘consumindo’ blockchain sem saber.

Se você compra online e recebe o produto em caixas de papelão, resolveu pintar sua casa, passou aquele creme no rosto ou ainda tirou um tempo para tomar uma cerveja, então você está consumindo DLT e nem sabia.

Isso ocorre porque grandes empresas no país como Unilever, Ambev, AkzoNobel e Braskem já utilizam uma plataforma baseada em blockchain no processo de reciclagem das embalagens de seus produtos.

Assim, por meio de uma solução desenvolvida pela startup brasileira Green Mining o que ia para o lixo, acaba voltando para o mercado, reduzindo a pegada de carbono das companhias e aproveitando melhor os recursos naturais.

Reciclagem

A startup criada por Rodrigo Oliveira, Adriano Ferreira e Leandro Metropolo já está em operação desde 2018 e só de recipientes de vidro, a Green Mining afirma já ter coletado, mais de 1,3 mil toneladas, evitando a emissão de cerca de 230 mil quilos de CO2.

O grande impulso da startup foi dado pela Ambev, primeira grande empresa a ‘abraçar’ a ideia ainda em 2018 quando selecionou a ideia da Green no 100+ Accelerator com o qual incentivou os desenvolvedores com US$ 100 mil para promover um teste com a plataforma.

A Green Mining trabalha então com um sistema de logística reversa no qual a empresa identifica os locais de maior geração de ‘lixo’ como bares, restaurantes, lojas ou condomínios, e monta um ‘mapa’ de coleta destes locais.

Então um coletor contratado pela Green Mining recebe este roteiro e faz a retirada dos materiais e registra todos os detalhes na plataforma que usa blockchain para certificar que o material é de origem do ‘pós-consumo’.

O material coletado então é encaminhado para centrais de recebimento e segue para reciclagem que vai reinserir o que era ‘lixo’ novamente na cadeia de produção.

“Na mineração natural, o que acontece é a extração de material virgem da natureza, como jazidas de petróleo e minério de ferro. Já nosso material está no meio urbano — e nunca se esgota”, destaca Oliveira.

Blockchain

Oliveira destaca ainda que a Green Mining conta com 18 centrais de armazenamento dos resíduos nessas três cidades onde atua. O material é guardado nesses hubs antes de seguir para as usinas de reciclagem. 

“A tecnologia embarcada permite obter informações, em tempo real, de cada etapa do processo, como data e local da coleta, quilos e destinação dos recicláveis. A rastreabilidade é garantida pelo blockchain “. afirma.

Desta forma o que começou com garrafas de vidro para a Ambev cresceu e passou a contar com outros grandes players do mercado como Unilever, AkzoNobel e a Braskem. 

“Para a Unilever, a gente coleta PEAD (polietileno de alta densidade); para a Deink Brasil, PEBD (polietileno de baixa densidade); para a Ibema, papelão e papel cartão…Agora, estamos com um projeto-piloto conjunto com a AkzoNobel e a Braskem para coletar baldes de plástico e latas de tinta, revela.

Porém o empreendedor revela que o desafio tem sido convencer os estabelecimentos a separar os materiais para a startup já que muitos alegam ser ‘trabalhoso’ separar o material enquanto outros já tem a cultura de ‘vender’ os resíduos para reciclagem e portanto, temem uma ‘competição’ com a startup.

Portanto, um dos planos da companhia é também engajar o consumidor no processo e fornecer descontos para quem ajuda na reciclagem.

O projeto já está em andamento e conta com a parceria das cervejarias Armazém da Cerveja, Caravan, Vórtex e Avós, em São Paulo, que dão descontos para quem retornar a garrafa. 

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