XP registra marca para nova corretora de criptomoedas no Brasil

XTAGE é vista como um passo da empresa para uma nova exchange, após extinção da plataforma XDEX

A XP Investimentos SA protocolou no último dia 25 de janeiro um “Pedido de registro de marca (com especificação por livre preenchimento)” junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), instituição federal ligada ao Ministério da Economia. Caso seja aprovado, a empresa passa a ter o direito de propriedade e uso exclusivo da marca XTAGE na Classe “Seguros; negócios financeiros; negócios monetários; negócios imobiliários” em todo território nacional.

Adquirir o direito da marca, por si só, não significa que a XP vai converter a XTAGE em um novo investimento. Mas é possível afirmar que ela foi pensada e apresentada ao INPI como uma corretora de criptomoedas e, inclusive, de valores mobiliários, entre outras especificações elencadas no processo.

Consulta à Base de Dados do INPI. Fonte: Reprodução/INPI

De acordo com o documento, já em suas primeiras linhas, a XP deixa claro que a XTAGE será ligada a “serviços de corretagem; serviços de negociação de moedas; serviços de moeda digital; serviços de criptomoeda; serviços de moeda virtual; serviços de carteira de moedas digital e serviços de armazenamento; serviços de operações bancárias eletrônicas prestados por meio da rede global de computadores; serviços de comercialização de moedas.”

 Chama a atenção ainda a associação a XTAGE a “ativos digitalizados; títulos digitais, criptotítulos e títulos de utilidade para terceiros.” Entretanto, o direcionamento da marca para uma exchange de criptomoedas fica ainda mais claro no trecho do documento que atribui a marca da XP a “serviços de intermediação de compra e venda de moedas criptográficas pela internet; administração de moedas criptográficas; administração de carteira de moedas criptográficas; provimento de informações financeiras através de website; corretagem; distribuição e intermediação de títulos e valores mobiliários; distribuição de fundos de investimentos; intermediação de negócios com derivativos; informação de cotação de bolsa de valores.”

Ainda que não seja possível afirmar que a XTAGE vai ser concretizada como uma exchange de criptomoedas, a hipótese de uma nova plataforma da XP no Brasil foi levantada em junho do ano passado em uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo ao noticiar que a XP avaliava “colocar os dois pés na negociação de criptomoedas” justificando que a saída do Itaú Unibanco da administração da XP teria resultado em mais liberdade para a empresa se aventurar em mercados mais arriscados. 

No final de março de 2020, a XDEX, plataforma de investimentos em criptomoedas dos sócios da XP, anunciou o encerramento de suas atividades. O empreendimento foi lançado em 2018, quando a XDEX chegou ao mercado trazendo grande expectativa em relação à possível entrada de investidores institucionais brasileiros no universo dos criptoativos, justamente porque a plataforma era de propriedade dos sócios da XP Investimentos, uma das maiores corretoras da América Latina, que gerencia bilhões em investimentos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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