Mulheres representam apenas 11% dos grandes investidores de Bitcoin no Brasil, segundo Receita Federal

Apenas um a cada dez investidores são do gênero feminino entre aqueles que movimentam mais de R$ 30 mil por mês

O relatório divulgado pela Receita Federal sobre operações com criptomoedas no Brasil revela que o mercado é dominado pelos homens. Segundo os dados sobre operações acima de R$ 30.000, apenas 11% dos grandes investidores de Bitcoin são mulheres no país.

A pesquisa da Receita Federal mostra que somente um a cada dez investidores de Bitcoin no mercado corresponde ao gênero feminino. O relatório analisou oito meses de transações com criptomoedas no mercado e concluiu que as mulheres representam entre 10% e 12% dos grandes investidores.

As mulheres ainda são minoria entre os investidores que movimentam acima de R$ 30.000 no mercado de criptomoedas. O relatório considera o número e o valor das transações envolvendo o Bitcoin, sendo que as mulheres movimentam até dez vezes menos Bitcoin que os homens no Brasil.

Mulheres que investem em Bitcoin

O relatório da Receita Federal mostra que R$ 26,6 bilhões em criptomoedas foram movimentadas no Brasil no primeiro trimestre de 2020. Esse valor corresponde a investidores homens, mulheres e empresas. No entanto, as mulheres são responsáveis por aproximadamente R$ 277 milhões transacionados entre janeiro e março.

Enquanto isso, os homens representam quase R$ 2,6 bilhões no mesmo período analisado pelo relatório. Sendo assim, a discrepância entre as transações de homens e mulheres investidoras pode alcançar cerca de 90%.


Tabela de investimentos em criptomoedas no Brasil por gênero

A pesquisa da Receita Federal analisou movimentações com Bitcoin e outras criptomoedas entre agosto de 2019 e março de 2020. No último mês apurado, as transações de investidores que são mulheres representam 11,4% no mercado.

Esse índice é menor ainda se for considerado o registro de transações com criptomoedas em fevereiro deste ano. Naquele mês as mulheres representaram apenas 10,84% de todas as transações no Brasil, considerando apenas grandes investidores do mercado.

Por fim, em janeiro de 2020 o mês de janeiro de 2020 registrou que entre os grandes investidores de Bitcoin, somente 11,23% são representados por mulheres.

Receita Federal recolhe dados sobre operadores de criptomoedas

A Receita Federal iniciou a recolha de dados sobre transações financeiras envolvendo o Bitcoin em agosto de 2019. Investidores e exchanges devem fornecer um relatório mensal de transações para a instituição, que acompanha de perto as grandes movimentações de criptomoedas.

De acordo com o relatório da Receita Federal, esses números representam investidores e investidoras que movimentaram mais de R$ 30.000 mensalmente. Ou seja, o recorte da pesquisa não inclui todos os usuários desse mercado no Brasil.

“As operações realizadas em Exchanges domiciliadas no exterior e as operações realizadas entre as próprias pessoas físicas ou jurídicas sem intermédio de corretoras, seriam reportadas pelas próprias pessoas físicas e jurídicas. Nestas hipóteses, as informações deveriam ser prestadas sempre que o valor mensal das operações, isolado ou conjuntamente, ultrapassar R$ 30 mil.

O estudo sobre transações com criptomoedas no Brasil exibe que as mulheres movimentaram quase R$ 114 milhões somente em março de 2020, enquanto homens representam R$ 752 milhões naquele mês.

Por outro lado, agosto de 2019 foi o mês com o maior valor de operações no mercado representado pelas mulheres, segundo a Receita Federal. No total, foram R$ 3,79 bilhões movimentados em criptomoedas, contra R$ 17,43 bilhões em transações registradas por homens.

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