Vai convencer? Pix começa nesta segunda-feira com desconfiança das classes média e baixa
Pesquisa da FGV revela desconhecimento entre classes médias e baixa sobre o funcionamento do Pix.
O sistema de transações instantâneas do Banco Central, o Pix, vai começar definitivamente nesta segunda-feira, 16 de novembro, com transações 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O Banco Central no período de testes já demonstrou seu entusiasmo com o sistema, classificando de “sucesso estrondoso” até aqui. Porém, entre brasileiros das classes média e baixa, o sistema levanta mais dúvidas do que certezas.
Sendo uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada pelo Estadão, os consumidores das classes C, D e E têm menos confiança na ferramenta e dizem não terem sido instruídos a usar o Pix.
Entre a população, esta faixa social é a menos propensa a usar o Pix, em contraste com as classes A e B. Apesar de 9 em 10 entrevistados afirmarem ter ouvido falar sobre o sistema, 47% dizem que não vão usá-lo por falta de informações.
Para o professor Adrian Cernev, um dos autores do estudo da FGV, o BC tem culpa na desinformação da população:
“O público das classes A e B tem mais acesso a sistemas de pagamentos eletrônicos. O BC tem divulgado o Pix pelos cotovelos, mas, muitas vezes, essa informação não chega de forma eficiente a quem não está acostumado a fazer essas operações”
Ele ainda completa dizendo que as classes mais ricas já tem familiaridade com produtos financeiros, o que não é o caso das classes média e baixa. Por isso, ele diz, “o BC precisa fazer uma comunicação direcionada ao consumidor C, D e E”.
Para Maurício Prado, diretor executivo da consultoria Plano CDE, o Pix vai ser “descoberto” no cotidiano da população, e sua aceitação será gradual:
“É difícil explicar algo tão novo e diferente apenas pela comunicação. Melhor colocar no ar e deixar espalhar, e só então incentivar o uso quando ele estiver implementado”
O BC diz que deve intensificar as campanhas educacionais do Pix nas próximas semanas. O sistema já tem mais de 700 instituições cadastradas e promete revolucionar o sistema de pagamentos e transações do país.
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