O que é a Lightning Network?

Conhecida por ajudar na escalabilidade do Bitcoin, a Lightning Network é uma estrutura cuja função deve ser entendida

Os pontos negativos

A indústria blockchain seria muito simples se todos os problemas pudessem ser facilmente resolvidos com blockchains de segunda camada. Mas esse não é o caso. As L2 apresentam desafios que seguem a linha do Trilema da Blockchain.

Ao impulsionar a escalabilidade, as soluções de segunda camada deixam a desejar em segurança e descentralização. Como a Lightning Network é uma estrutura fora da blockchain do Bitcoin, ela não compartilha da segurança da rede principal. 

Isso torna os nós da Lightning Network mais suscetíveis a ataques do que os nós do Bitcoin. Além disso, vale lembrar que a Lightning Labs é uma empresa privada e, por isso, centralizada. 

Ainda que não seja possível vislumbrar benefícios imediatos em uma ação nociva pela Lightning Labs, isso não significa que ela não possa acontecer. É possível, ainda, que a entidade sofra uma invasão e um grupo malicioso use do excesso de poder para agir contra os interesses dos usuários.

A Lightning Network também não é completamente efetiva. Mesmo resolvendo boa parte dos problemas de escalabilidade do Bitcoin, a solução não acaba com os custos transacionais em períodos de pico, como abertura de canais e busca por rotas em canais intermediários.

Embora seja possivelmente uma peça essencial do ecossistema do Bitcoin nos próximos anos, a Lightning Network ainda apresenta significativos pontos de falha.

E como funciona a Lightning Network?

A Lightning Network utiliza o software aberto desenvolvido pela Lightning Labs, uma empresa privada, para criar canais de pagamento entre usuários da rede. 

O canal de pagamento é criado quando cada um dos usuários deposita uma quantidade de BTC em um contrato inteligente. Uma vez aberto, é possível realizar um número indeterminado de transações em um mesmo canal.

As transações feitas em um canal da Lightning Network ocorrem fora da blockchain do Bitcoin, com exceção da primeira e da última. Isso ajuda a retirar o excesso de informações transmitidas na rede, tornando as transações mais baratas e ágeis. 

Finalizadas as transações, o canal é fechado e todas as informações movimentadas no canal são enviadas à blockchain do Bitcoin. Desta forma, a blockchain principal consegue ter controle sobre o que acontece paralelamente a ela.

Além disso, os canais criados entre dois usuários podem servir como intermediários para outras transações. Por exemplo, o Usuário A e o Usuário B criam um canal para transacionar BTC. 

Mais tarde, o Usuário A precisa transacionar com o Usuário C, mas eles ainda não têm um canal dentro da Lightning Network. Existe, porém, um canal entre o Usuário B e o Usuário C. Esse último canal pode ser usado para a transação entre o Usuário A e o Usuário C.

Essa capacidade de usar canais como intermediários para transações torna a Lightning Network uma forte solução de escalabilidade para o Bitcoin.
 

Entendendo as soluções de segunda camada

As redes de segunda camada, também conhecidas pelo termo em inglês layer 2, ou ainda pela sigla L2, são estruturas responsáveis pela execução de transações fora da blockchain principal.

Na prática, a maior parte das transações deixam de ocorrer na blockchain principal, como o Bitcoin, e passam a ser executadas na rede de segunda camada. O resultado é o aumento na capacidade de processamento de informações, permitindo que mais transações por segundo sejam realizadas.

Essa é uma das soluções encontradas para manter os fundamentos da blockchain principal, e ainda potencializar sua escalabilidade, ainda que de forma indireta.

No caso do Bitcoin, a solução de segunda camada mais conhecida é a Lightning Network.
 

Bitcoin e o Trilema da Blockchain

O cofundador do Ethereum (ETH) e defensor do Bitcoin (BTC), Vitalik Buterin, popularizou o termo “Trilema da Blockchain”. Este termo é usado para definir as três áreas que devem ser respeitadas para uma blockchain crescer de forma saudável: segurança, descentralização e escalabilidade.

O que acontece com frequência, no entanto, é que dois desses aspectos são potencializados em detrimento do terceiro. 

A blockchain do Bitcoin é extremamente forte em segurança e descentralização, tornando o BTC o criptoativo mais confiável do mercado de criptomoedas. A rede é, porém, pouco escalável.

Isso significa que a capacidade de processamento de transações é baixa, com uma média de apenas sete transações por segundo (TPS). Este é um problema grave para um projeto que tem o objetivo de ser uma malha de pagamentos internacional. A título de comparação, a Visa processa 24 mil transações por segundo.

Esse problema se torna ainda mais difícil de resolver quando os fundamentos do Bitcoin são considerados, já que alterar as características da criptomoeda mais importante do ecossistema não é uma alternativa.

Por isso, para contornar esse grave problema de escalabilidade, a alternativa encontrada foi criar uma rede de segunda camada.
 

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