O que são exchanges descentralizadas (DEX)?
As exchanges descentralizadas, também conhecidas como DEX, são parte fundamental das finanças descentralizadas e representam uma alternativa para usuários que não querem utilizar serviços de plataformas centralizadas
Conclusão
Como boa parte das aplicações do mercado de criptomoedas, as DEX não são perfeitas. Muitas de suas características exigem que investidores novatos deste mercado se aprofundem melhor nessas aplicações antes de se aventurarem.
As exchanges descentralizadas são, porém, uma parte fundamental do ecossistema descentralizado, e dão maior liberdade aos investidores que querem negociar criptoativos com transparência.
As DEX mantêm vivo, portanto, o ideal de liberdade sob o qual o mercado de criptomoedas foi construído.
Vantagens e desvantagens das DEX
As diferenças entre as DEX e CEX servem também como pontos para delinear as vantagens e desvantagens das plataformas descentralizadas.
Autocustódia pode ser desafiadora
Para um novo investidor do mercado de criptomoedas, a tarefa de custodiar seus próprios ativos, usando novas ferramentas, pode ser muito desafiadora. Além do desafio de embarcar no desconhecido, há o risco de perder todo o saldo em ativos digitais caso uma transação errada seja feita.
Por isso, as DEX ainda não são a porta de entrada ideal para novos investidores, demandando certo aprofundamento dos investidores no ecossistema de DeFi.
Por outro lado, uma vez contornado o desconhecimento, as exchanges descentralizadas podem ser uma excelente alternativa para usuários que queiram evitar riscos relacionados a exchanges centralizadas. Desde o colapso da FTX, ocorrido em novembro de 2022, o interesse de usuários em DEX tem crescido.
Lacunas na programabilidade das operações
A ausência de livro de ofertas, dependendo da perspectiva, pode ser uma desvantagem das DEX em relação às CEX. A falta de programabilidade das operações, exigindo que o usuário execute em tempo real as negociações, pode ser vista como um problema.
Além disso, o modelo de AMM também impede a criação de stop orders. A Uniswap prometeu, por meio de sua versão v4, incluir ordens de compra pré-programadas. A nova versão da exchange descentralizada, todavia, ainda não tem data de lançamento no momento da escrita deste artigo.
Mesmo assim, a execução instantânea de ordens oferecida pelas DEX é vista por muitos usuários como um ponto positivo em relação às CEX.
Ausência de moedas fiduciárias é pouco prática
A ausência de saques e depósitos em moedas fiduciárias também é um problema que aflige não só usuários iniciantes, como também investidores experientes. A falta de uma ‘rampa’ para converter facilmente uma moeda como o real em stablecoins limita a praticidade destas plataformas.
Já existem, porém, soluções em desenvolvimento para mitigar esses problemas. Em setembro de 2022, a carteira MetaMask anunciou a integração do Pix em sua interface. Desta forma, usuários podem realizar depósitos em reais na MetaMask, converter para criptoativos e, então, utilizar exchanges descentralizadas.
Diferenças em relação às exchanges centralizadas
As principais diferenças entre uma DEX e uma exchange centralizada (CEX, na sigla em inglês) são: a custódia, a ausência de livro de ofertas e a ausência de suporte para moedas fiduciárias.
Autocustódia
Em relação à custódia, resta reforçar o que já foi dito anteriormente: quando um usuário compra criptomoedas em uma CEX, ainda é necessário emitir uma ordem de saque para que ele consiga, de fato, a custódia.
No caso das DEX, porém, as moedas digitais vão diretamente para a carteira do usuário após a execução da operação.
Execução automática das ordens
Outra principal diferença é a ausência de livro de ofertas nas exchanges descentralizadas. Para negociar ativos digitais, o usuário deve informar a quantidade que deseja negociar, e o preço é gerado automaticamente com base na dinâmica do pool de liquidez.
Já nas CEX, o usuário pode gerar uma ordem de compra com preço pré-estabelecido.
Apenas criptoativos
O depósito e saque de moedas fiduciárias também é uma diferença entre essas duas plataformas. Nas CEX, é possível realizar depósitos e saques em real, por exemplo. Ao utilizar DEX, contudo, o usuário não pode depositar moedas fiduciárias para negociar.
O que é uma exchange descentralizada (DEX)?
Uma exchange descentralizada (DEX, na sigla em inglês) é caracterizada, principalmente, pelo seu modelo de custódia. Diferente das plataformas centralizadas, as criptomoedas do usuário não ficam sob a custódia da DEX. Isso significa que, após realizar a compra, os criptoativos vão direto para a carteira do usuário.
Essa dinâmica é possível por conta dos fazedores de mercado automatizados, também conhecidos como automated market makers, ou apenas pela sigla em inglês AMM. Como o nome sugere, todas as negociações feitas em uma DEX ocorrem de forma automática, baseadas em contratos inteligentes.
Os AMM, por sua vez, dependem de pools de liquidez para funcionar. Esses pools são reservas de ativos digitais alocados nos contratos inteligentes de uma exchange descentralizada. Esses ativos são fornecidos por outros usuários, que recebem uma parcela das taxas pagas em transações como compensação por fornecerem liquidez.
Usando um exemplo para facilitar a visualização, considere-se que a DEX A tem um pool de liquidez contendo Ether (ETH) e USD Coin (USDC). O usuário B deseja usar a DEX A para trocar seus USDC por ETH.
Nesse caso, o AMM fará a troca dos ativos dentro do pool de liquidez, automaticamente, e o usuário B poderá sair com seu saldo em ETH. Note-se que o saldo em USDC sai da carteira do usuário, e o saldo em ETH é recebido imediatamente.
O AMM descrito no exemplo é, no entanto, o modelo mais simples. As aplicações descentralizadas têm evoluído rapidamente desde 2020, quando ocorreu uma explosão em inovação dentro do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) conhecida como ‘Verão de DeFi’.
Desde então, as DEX têm se mostrado cada vez mais sofisticadas, através das melhorias em seus pools de liquidez e AMMs.