‘Estamos indo atrás de você’: Sheik dos Bitcoins é acusado pelo MP dos EUA e pode pegar até 60 anos de prisão

Segundo a Promotoria, Francisley da Silva é o responsável pela Forcount, que prometia lucros sobre os valores aportados e acabou dando calote nos investidores.

Em comunicado à imprensa na última quarta-feira (14), a Procuradoria de Justiça dos EUA formalizou duas acusações a empresas de criptomoedas e seus respectivos representantes, uma delas é a Forcount que, segundo a Promotoria, foi fundada em meados de 2017 e atuou até o final do ano passado prometendo “grandes lucros” sobre investimentos em criptomoedas. De acordo com a acusação, um dos responsáveis pela empresa é o brasileiro Francisley da Silva, o Sheik dos Bitcoins, indiciado pelos crimes de fraude eletrônica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, crimes que podem somar até 60 anos de prisão, embora Constituição Brasileira proíba a extradição de brasileiros natos. 

“Com essas duas acusações, este escritório está enviando uma mensagem a todos os golpistas de criptomoeda: ‘Estamos indo atrás de você’. Roubar é roubar, mesmo quando disfarçado no jargão da criptomoeda. Graças aos esforços das autoridades federais, estaduais e internacionais, os fundadores e promotores da IcomTech e Forcount estão sendo responsabilizados”, disse o procurador dos EUA, Damian Williams. 

Segundo o agente responsável pelo Departamento de Segurança Interna (HSI) de Nova York, Ivan J. Arvelo, o órgão atuou incansavelmente para descobrir os crimes financeiros atribuídos aos acusados. Ele disse ainda que:

“A empolgação em torno da criptomoeda e o potencial de obter grandes lucros atraíram possíveis investidores para os supostos esquemas executados pelos indivíduos indiciados hoje. Com roupas e carros de luxo, esses indivíduos teriam apresentado uma vida de luxo a potenciais investidores, mas, em vez de uma lucrativa oportunidade de investimento, as vítimas foram espoliadas de suas economias e ficaram sem nada para mostrar.”

A acusação acrescentou que a Forcount jamais atuou na negociação ou mineração de criptomoedas e que os promotores da empresa, entre eles o Sheik dos Bitcoins, apenas usavam fundos das vítimas para pagar outras vítimas, além de usar os recursos para promover ainda mais o esquema e se enriquecer. 

“Após o investimento da vítima, ela receberia acesso a um portal on-line onde poderia monitorar seus supostos retornos. Embora as vítimas tenham visto “lucros” se acumularem nos respectivos portais online dos esquemas, a maioria das vítimas não conseguiu sacar nenhum desses supostos lucros e acabou perdendo todos os seus investimentos.”

No caso da Forcoun, a Promotoria revelou que a empresa do Sheik dos Bitcoins, ao ser pressionada pelos investidores, criou um token a fim de “injetar liquidez” no esquema, o Mindexcoin, com a promessa de que o criptoativo teria uma cotação significativa “quando fosse aceito pelas empresas para pagamento de bens e serviços.”

“Isso era falso. Na realidade, eles [o Mindexcoin e o Icoms, token da outra empresa acusada, a IcomTech] eram essencialmente inúteis e resultaram em mais perdas financeiras para as Vítimas”, acrescentou a acusação.

No caso de Francis, como o Sheik também é conhecido, a Procuradora dos EUA lembrou que ele está preso no Brasil desde o começo de novembro por descumprir medidas cautelares. Há alguns dias ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por organização criminosa e outros crimes, cujo prejuízo pode ter chegado a R$ 1,15 bilhão, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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