‘Web3 pode ser o novo arcade para a indústria dos jogos’, avalia investidor
Inovações trazidas pela Web3 podem ser o mesmo impacto que os arcades tiveram para a indústria dos jogos
O movimento da Web3 promete mudanças para diferentes setores da sociedade, e os jogos eletrônicos são um deles. Para Jameson Mah, a Web3 terá o mesmo efeito no mundo dos jogos que os arcades tiveram.
Ciclos de inovações
Em uma série de publicações feitas no Twitter em 23 de fevereiro, Jameson Mah afirmou que o setor de jogos passa por mudanças frequentes de distribuição, monetização e criação. Ele menciona os movimentos feitos dos arcades para os consoles, dos consoles para os jogos mobile, e dos jogos pagos para os jogos gratuitos.
Na visão de Mah, os maiores problemas da indústria de jogos, atualmente, são: dificuldade de prever o retorno sobre o investimento feito pela empresa; dificuldade de construir uma comunidade enquanto o jogo é desenvolvido; e captar dinheiro no curto prazo, exigindo a necessidade de criar micro transações, como pagar para desbloquear funcionalidades ou personagens.
Esse modelo não é ideal tanto para desenvolvedores quanto para jogadores, diz o autor das publicações. Enquanto os desenvolvedores operam sem feedbacks por longos períodos de tempo, e dependem das distribuidoras para realizar marketing e expandir a comunidade, os jogadores esperam anos pelos jogos e, muitas vezes, não são recompensados pelo tempo investido.
Outro efeito desse modelo é que as empresas que publicam os jogos controlam os projetos com “mãos de ferro”. A intenção é potencializar os ganhos, e isso muitas vezes atrapalha a visão inicial dos desenvolvedores.
“A Web3 fornece novas formas de monetização sustentável, incentivos para evangelistas do jogo, e uma forma de expandir a comunidade durante o desenvolvimento. Além disso, também reduz os riscos atrelados ao desenvolvimento do jogo, aumentando a retenção de usuários”, afirma Mah.
Distribuição descentralizada
Uma das soluções apontadas por Jameson Mah é descentralizar a distribuição dos jogos. “Imagine que uma distribuidora venda NFTs para os maiores fãs do jogo, dê aos detentores do token acesso ao jogo durante o desenvolvimento, além de acesso a itens raros. Ao mesmo tempo, também cria um canal de feedback em tempo real para o estúdio.”
Esse modelo, na avaliação de Mah, resolve “muitos problemas ao mesmo tempo”. Os NFTs se tornam a via de monetização para as distribuidoras, e melhoram a retenção, já que a ideia de posse dá maior valor para o usuário.
Um exemplo de descentralização de distribuição apontado por Jameson Mah é o projeto conduzido pelo estúdio Midnight Society, o jogo Deadrop, um jogo de tiro. Usuários podem comprar “passes de fundador” para ter acesso a uma versão jogável do Deadrop. Após a adição de mais jogadores, aqueles que mais contribuíram com feedbacks no início ganham participações no sucesso do jogo.
“Agora imagine um estúdio organizado como uma DAO [organização autônoma descentralizada], com governança baseada em NFT. Criação de ativos, ideias criativas e outras ações podem ser recompensadas e criadas usando procedimentos on-chain. É a construção de jogos permissionada”, conclui Mah.
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