“Não temos nenhuma intenção de usar Bitcoin no Brasil” afirma Diretor do Banco Central

O Banco Central do Brasil, BC, descartou qualquer possibilidade de seguir os passos de El Salvador ou de nações como a Argentina e adotar o Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal ou como alternativa financeira no país

O Banco Central do Brasil, BC, descartou qualquer possibilidade de seguir os passos de El Salvador ou de nações como a Argentina e adotar o Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal ou como alternativa financeira no país.

“Bitcoin nós vemos como sendo um ativo especulativo. Um ativo de alta volatilidade. Então nós não temos nenhuma intenção no Brasil de fazer contratos denominados em Bitcoin. Nós também não temos nenhuma intenção de proibir que as pessoas utilizem Bitcoin”, destacou Fabio Araujo, economista e responsável pelo projeto do Real Digital dentro do BC.

Araujo concedeu a declaração durante uma live organizada pelo portal IG, no qual também falou sobre os planos do BC com relação a Real Digital, CBDC que o Brasil pretende iniciar testes em 2022.

Segundo revelou o economista a intenção do BC não é que o Real Digital elimine o dinheiro físico mas que com o seu lançamento e adoção, alinhado a outros instrumentos de pagamentos digitais do BC, como Pix e Open Banking, o uso do dinheiro físico vá se tornando obsoleto, assim como ocorreu com os cheques.

“Nós queremos um sistema no qual as pessoas usem as duas moedas da mesma forma. A intenção do BC não é que o Real Digital substitua a moeda física. O BC acredita que é importante dar opções para as pessoas. A nossa intenção é que seja cada vez mais fácil, mais plural para as pessoas fazer ações no mundo digital de modo que o Real físico deixe de ser necessário para as pessoas. Como praticamente o cheque deixou de ser necessário hoje em dia.”, afirmou.

Ninguém quer privacidade

Araujo também destacou que garantir a privacidade por meio de sistemas descentralizados é uma conversa muito mais ligada às pessoas que estão ligadas ao ecossistema das criptomoedas, contudo, o cidadão comum não tem problema com a garantia da privacidade por uma entidade centralizada.

“As pessoas hoje que estão acostumadas a usar ferramentas do ambiente cripto, a maioria delas, a maioria delas não, mas uma boa parte delas, acha que a privacidade é uma coisa muito importante e que a informação estar apartada de qualquer sistema centralizado é uma coisa muito importante.Mas isso não é a visão da maioria das pessoas”, disse.

Por isso ele não acredita que o fato do BC ser o emissor e o garantidor do Real Digital seja um problema, pelo contrário, segundo ele, as pessoas confiam no Banco Central e a adoção do CBDC do Brasil será gradual e cujos pilares estão sendo construídos pelo Pix e Open Banking.

“A maioria das pessoas não tem problema de ter seus dados em um banco de dados centralizado desde que elas tenham confiança na instituição que tá fazendo a guarda daqueles dados, como hoje nossos dados estão nos bancos, nos bancos centrais e governos e a gente espera manter esse mesmo nível de privacidade que está disponível para o cidadão com a nova moeda digital”, afirmou.

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