Diferença de volume das exchanges centralizadas e DEX atinge menor nível em 2023
Volume negociado nas DEX em maio representou 16,47% do volume movimentado em plataformas centralizadas, sendo a maior proporção em 2023 e no ano a ano
Em maio, as exchanges descentralizadas (DEX) conseguiram reduzir muito a diferença de volume negociado em relação às exchanges centralizadas (CEX). O volume das DEX representou 16,47% do total negociado em CEX no mês passado, a maior proporção de 2023 e também no ano a ano. Lucca Benedetti, analista de criptoativos do MB Research, avalia os motivos por trás da diminuição da diferença entre volumes.
DEX amortecem a queda
O volume negociado nas CEX foi de US$ 439,42 bilhões em maio, montante 27,4% menor em relação ao que foi movimentado em abril nas plataformas centralizadas. As DEX movimentaram apenas 16,47% desse volume, mas a queda entre abril e maio foi significativamente menor, totalizando 2,7%. Os dados são do The Block e do DefiLlama.
A proporção entre o volume negociado em plataformas centralizadas e descentralizadas é uma métrica comumente usada para verificar a popularidade das DEX. Entre março e maio, essa métrica conseguiu superar os 10%, algo que ocorreu apenas duas vezes em 2022.
Além disso, é possível notar uma crescente redução na disparidade de volumes em 2023. Em janeiro, os volumes negociados em DEX representaram apenas 8,61% dos volumes negociados em exchanges centralizadas, como Binance, Upbit e OKX. Em fevereiro, a proporção subiu para 9,89%, e atingiu os 13,61% em março. Abril exibiu um leve recuo para 12,30%, mas foi seguido da maior redução na proporção dos volumes de CEX e DEX.
Febre das memecoins e FTX
A recente febre das memecoins, iniciada pelo token PEPE, tem sido atribuída como principal causa do aumento no volume negociado em DEX. Geralmente, uma memecoin demora a ser listada, caso sequer seja listada, em exchanges centralizadas. Enquanto isso, traders aproveitam o momento especulativo utilizando as DEX, por isso a relação feita entre memecoins e aumento no volume das DEX.
Lucca Benedetti, analista de criptoativos do MB Research, concorda que a febre de memecoins impactou o volume movimentado em plataformas descentralizadas. Ele não descarta, no entanto, um motivo maior e mais consolidado: a queda da FTX, ocorrida em novembro de 2022.
“Após a falência da FTX, as pessoas começaram a usar mais DeFi [finanças descentralizadas] em suas negociações, porque não há o risco de custódia. Existem os riscos relacionados aos pools, mas em DEX grandes, como a Uniswap, esse risco é praticamente nulo”, avalia Benedetti.
A queda da FTX fez com que muitos investidores tivessem prejuízos consideráveis, após suas criptomoedas ficarem presos na plataforma. A busca por alternativas sem alto risco relacionado à custódia, portanto, impulsionou o volume das DEX, acrescenta Benedetti, já que essas plataformas são a melhor escolha disponível atualmente.
Por fim, o analista comenta a crise de liquidez que o mercado de criptoativos enfrenta, que também pode estar levando investidores para as DEX. “Tivemos uma redução significativa na liquidez, desde o início do ano até aqui, e investidores podem estar migrando de exchanges menores para usar DeFi”, conclui Benedetti.
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