Volume de Bitcoin negociado no Brasil cresce antes do halving

O volume de Bitcoin negociado no Brasil, em reais, cresce muito nas semanas anteriores ao halving. A medida é vista ao mesmo tempo que o governo brasileiro mostra sinais preocupantes e a desvalorização cambial atinge níveis recordes.

De fato a situação no Brasil é preocupante para aqueles que acompanham o cenário político e econômico. Além disso, a desvalorização do Real (BRL) frente o Dólar (USD) hoje já causa alvoroço nos antenados no assunto.

Dessa forma, o Bitcoin tem sido alvo de buscas e compras de brasileiros, de acordo com dados apurados pelo Livecoins. Os brasileiros, assim como os vizinhos argentinos, tem sido destaque na compra de Bitcoin.

Bitcoin
Bitcoin Imagem Cortesia da PXFuel

Volume de compra de Bitcoin no Brasil dispara semanas antes do halving

O halving do Bitcoin acontece nesta segunda (11), restando apenas poucos blocos antes do fenômeno da rede. Com isso, a emissão diária de Bitcoin será reduzida na metade, tornando a moeda digital mais escassa e diminuindo sua inflação anual.

Os países sul-americanos, Brasil e Argentina foram um dos que se ligaram no tema e mostraram força agora. De acordo com dados do Coin Dance, que apura o volume de compra do Bitcoin no Brasil, nas semanas antes do halving, as negociações superaram grande parte do visto até em 2019.

Volume de Negociações de Bitcoin no Brasil por semana
Volume de Negociações de Bitcoin no Brasil por semana – Reprodução/CoinDance

O volume de Bitcoin na semana que finalizou no último sábado (9) foi de R$ 2628 milhões de BTCs negociados. Na semana anterior, que finalizou no sábado 2, foi de R$ 2194 milhões, ou seja, o volume aumentou 19% nessas últimas duas semanas, considerando apenas a plataforma LocalBitcoins.

Cabe o destaque, contudo, que o volume cresceu pelo menos 70% nas últimas três semanas, com os brasileiros negociando o maior montante de 2020. Se considerar que o volume da primeira semana do ano foi de R$ 816 mil bitcoins negociados, as negociações aumentaram 222% no Brasil.

Volume ainda não ultrapassou maior marca de 2019

Apesar do alto volume, o crescimento das negociações com Bitcoin no Brasil ainda não atingiu a melhor marca de 2019. Naquele ano, na semana que encerrou em 3 de agosto, foram negociados R$ 2680 em BTCs na LocalBitcoins.

Apesar do alto volume de 2020 se aproximar da melhor marca do último ano e não ultrapassar, uma tendência foi visto entre os dois momentos. Naquela ocasião, o Bitcoin valorizou muito em uma semana, saindo de U$ 9500 para U$ 10800, ganhando 13% em sete dias.

No entanto, considerando o ano de 2020, novamente com um alto volume de negociações, o Bitcoin valorizou do dia 3 ao dia 9 de maio apenas 6%. Após o dia 9, entretanto, o Bitcoin teve um forte recuo no preço, que desvalorizou nos dias antes do halving.

O preço do Bitcoin hoje segue negociado em U$ 8685 em dólar, ou R$ 50250 em reais. Nos últimos 30 dias, a moeda ganhou 42% de valor no Brasil, uma vez que era cotada em R$ 35 mil no início de abril.

Maiores corretoras de Bitcoin no Brasil também tiveram um grande número de visitas

O Livecoins apurou quais são as maiores corretoras de Bitcoin no Brasil em número de visitantes. Para isso, considerou quais eram as corretoras que receberam pelo menos 100 mil visitantes por mês, nos últimos dois meses.

As maiores do Brasil neste sentido seriam o Mercado Bitcoin, FoxBit, BitcoinTrade e Ripio. Em número de visualizações de página, a maior é o Mercado Bitcoin, com 3 milhões de visitas apenas em abril de 2020. A BitcoinTrade teve 500 mil usuários na plataforma no último mês e a Ripio 207 mil.

Tráfego das corretoras de Bitcoin no Brasil antes do halving
Tráfego das corretoras de Bitcoin no Brasil antes do halving (abril de 2020) – Reprodução

Segundo o Ranking de Tráfego da Alexa, às três maiores (em número de visitas) corretoras são: Mercado Bitcoin, Foxbit, BitcoinTrade e Ripio. Em resumo, nas corretoras de Bitcoin, além da LocalBitcoins que é uma plataforma de perfil P2P, houveram mais visitas nos últimos dois meses antes do halving.

O destaque de visitas únicas foi a Ripio, com aumento de 14% em abril e a pior no quesito foi a FoxBit, com queda de 16%. De qualquer forma, todas as corretoras melhoraram a taxa de visitas, mostrando que os brasileiros têm procurado maneiras de comprar Bitcoin.

“Hermanos”, argentinos também mostram grande interesse no Bitcoin

Apesar das desavenças no futebol, os argentinos têm mostrado semelhanças com os brasileiros em 2020 no campo da economia. Com uma moeda sob forte pressão, o Peso Argentino é uma das moedas que mais depreciam frente o Dólar.

Com a desvalorização cambial dos últimos anos a Argentina tem sido um dos países que mais vê a compra de Bitcoin por parte de sua população. Por lá, o volume de negociações cresceu 437% no ano de 2020.

Além disso, o volume de compra cresceu bastante nas últimas semanas, sendo semana que finalizou no último dia 9 registrando 67 milhões de pesos argentinos negociados. A marca é um recorde no país, que nunca havia sido alcançada antes.

Volume de Negociações de Bitcoin na Argentina por semana
Volume de Negociações de Bitcoin na Argentina por semana – Reprodução/CoinDance

O recorde de compra de Bitcoin na Argentina se mostra um fenômeno interessante, uma vez que o câmbio do país sofre com a desvalorização e no país há um alto índice de inflação.

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