Volume em corretoras de Bitcoin sobem no Brasil
O cadastro nas corretoras de Bitcoin do Brasil tem tido impacto com a paralisação ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. Esse aumento na busca, em alguns casos, foi provocado principalmente pela queda de preços do Bitcoin após o fim de fevereiro.
Nas plataformas brasileiras, o movimento médio tem registrado aumento de usuários. Algumas, entretanto, não registraram movimentos anormais devido à quarentena, mas sim pelas campanhas de marketing.
O isolamento social tem sido a maneira encontrada pela OMS para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. As corretoras de Bitcoin do Brasil já inclusive alteraram a forma de trabalho, com funcionários em regime de home office.
O volume das corretoras nacionais é acompanhado em tempo real pelo Cointrader Monitor. Desde 2019, por exemplo, o CTM já mostra relatórios para o criptomercado, como volume e preço do Bitcoin no Brasil.
Corretoras de Bitcoin no Brasil registram maior procura, número de cadastro em algumas aumentou consideravelmente
A reportagem do Livecoins buscou conversar com os fundadores e CEOs das principais bolsas de Bitcoin do Brasil. O que chamou atenção é que o mês de março, marcado pela quarentena do novo coronavírus, inflou o volume de algumas corretoras no Brasil.
De acordo com dados da ferramenta de monitoramento Cointrader Monitor, disponibilizados ao Livecoins, o volume teve um pico entre os dias 11 e 13 de março. De fato, o último dia 12 marcou uma das maiores quedas do preço do Bitcoin em um dia, mostrando que o Brasil acompanhou a tendência mundial.
De acordo com um dos fundadores da BitcoinTrade, Daniel Coquieri, o período de quarentena tem sido positivo para o criptomercado nacional. Isso porque, a BitcoinTrade, uma das maiores do país, registrou aumento de 30% na base de usuários. A procura por Bitcoin, entretanto, não foi a única métrica que registrou aumento na BitcoinTrade durante o período de quarentena.
O volume que é um dado público, nesse mês de março deverá fechar acima dos 150MM de reais negociados em todos os pares, comparando com o mês anterior que foi 115MM.
Outra plataforma que registrou forte crescimento foi a Ripio. Nos últimos 15 dias da corretora, os resultados de crescimento foram expressivos se comparado à quinzena anterior: cerca de 400% nos aportes em criptomoeda e 190% em depósitos em real. Além disso, o número de cadastros na plataforma cresceu mais de 75%.
Já o Mercado Bitcoin, outra grande corretora nacional, afirma que registrou um aumento de 20% no cadastro de usuários, em relação à média dos últimos meses. O volume, foi o dobro da média diária, com dias de pico de 5x no movimento habitual.
Alto volume de corretoras pode ter relação com queda brusca nos preços do Bitcoin
A corretora paulista Braziliex, foi uma das que se beneficiou do período de quarentena, imposto como prevenção ao COVID19. De acordo com informações repassadas pela Braziliex, “comparado ao período antes do isolamento social, tivemos um aumento médio de 200% de cadastros ao dia“. A corretora destacou que o volume aumentou 36% na última semana.
Em conversa com o Livecoins, Ney da bitPreço afirmou que as métricas da corretora foram bem nesse período de quarentena. De acordo com Ney, houve um aumento de 50% de novos cadastros no mês de março em relação à fevereiro. Além disso, o volume aumentou 300% de um mês para outro.
volume aumentou muito, especialmente por conta do dump [queda] causado pelo coronavírus
Procurado, Thiago Caminha, CEO da Bitcambio, afirmou que o cenário na corretora foi um pouco diferente do até aqui relatado. Thiago apontou que a variação na Bitcambio tem sido normal para os clientes que operam pouca quantidade por dia. Contudo, aqueles clientes que operam grandes quantidades, tem operado menos, visto que a volatilidade do dólar não é interessante para suas operações. Thiago destacou que esses clientes, que negociam altas quantidades, tem preferido adiar operações, mantendo liquidez.
Não percebemos impacto nem positivo, nem negativo por conta do período de quarentena nos cadastros, todas as variações marginais ou são por conta de ações de marketing, ou alterações nas técnicas adotadas na captação de leads.
Algumas corretoras tiveram um período de atividades normal
Em conversa com o Diretor de Tecnologia da Corretora Walltime, Felipe Mica, foi informado que o volume tem se mostrado estável. Nos últimos dias, Mica afirmou que houve uma queda no volume de negócios, apesar de a corretora ter mantido seu marketshare estável.
Até o fim desta reportagem, o Livecoins não conseguiu obter dados das corretoras Foxbit, NOX Bitcoin e Coinext. O volume das corretoras de Bitcoin no Brasil, em 2020, podem ser vistos no gráfico abaixo:
De fato, apesar do cenário diverso nas corretoras, o ano de 2020 já mostra um trimestre promissor para o Bitcoin no Brasil. Considerando apenas o ano de 2019, do dia 1 de janeiro até o dia 24 de março, houve uma negociação superior há 46 mil Bitcoins.
Nas mesmas corretoras analisadas, considerando o mesmo período em 2020, o volume já ultrapassou 58 mil BTCs negociados. O aumento de 26% de um ano para outro, analisando apenas o primeiro trimestre, mostra que em 2020 os brasileiros estão mais antenados para a realidade digital, mesmo em quarentena.
Cenário de alta procura por Bitcoin no Brasil pode ser uma tendência mundial com crise financeira
Para o analista do criptomercado Alex Krüger, o que tem chamado atenção é que o interesse em comprar Bitcoin tem subido. Alex observou dados do Google Trends, que apontaram que comprar Bitcoin é um termo de pesquisa em alta no maior buscador do mundo.
Além disso, a corretora norte-americana Coinbase, registrou um aumento absurdo de volume nos últimos dias. De acordo com a Coindesk, a Coinbase bateu recorde de tráfego durante a quarentena.
Uma das principais motivações para essa busca pelo Bitcoin pode estar ligada com os pacotes de estímulos feitos por bancos centrais. Com medo de alta inflação monetária, as pessoas podem estar buscando um ativo que não sofra com as novas medidas adotadas.
Neste ponto, a melhor opção certamente é o Bitcoin, que terá a oferta diária cortada pela metade, o halving, em cerca de 50 dias. O corte na oferta da moeda digital colocará o Bitcoin em contraposição aos bancos centrais.
Crise do Coronavírus será marcada como aflição das redes sociais e ascensão do Bitcoin
De acordo com Billy Bambrough, escritor da Forbes, a crise do novo coronavírus marca alguns momentos da história humana. Um deles é a aflição das redes sociais, que foram inundadas por falsas informações. Fica claro que parte da crise atual é composta por informações na internet, compartilhadas por todas as pessoas.
Além disso, a crise financeira marca um momento estratégico para o Bitcoin. Isso porque, com o desespero dos Bancos Centrais na impressão de dinheiro, foi apresentado a muitas pessoas o conceito de inflação. Com isso, o mundo pós-coronavírus terá o conhecimento do Bitcoin, segundo Billy.
O Bitcoin, um substituto sem fronteiras e sem permissão do dinheiro fiduciário sancionado pelo governo, estará em alta demanda no mundo pós-coronavírus.
Saiba mais em Volume em corretoras de Bitcoin sobem no Brasil