VISA revela que constrói solução integrada de blockchain
A Visa finalmente tornou oficial sua alardeada patente de moeda digital. A novidade revela que a empresa de fato está trabalhando em uma solução de pagamento que interoperável com blockchain sem intermediários, como a do Bitcoin (BTC).
Em uma entrevista para a Forbes publicada na última quinta-feira (23), o chefe global da fintech Terry Angelos e o chefe de cripto Cuy Sheffield jogaram luz sobre o projeto, bem como sobre a estratégia mais ampla de criptomoeda e ativos digitais da Visa.
Na ampla entrevista, os executivos da Visa também esclareceram a decisão repentina de deixar o consórcio Libra do Facebook no ano passado. Eles também fizeram menção à visão da Visa para canais de pagamento de segundo nível, como Litecoin (LTC), como a chave para dimensionar pagamentos em blockchains sem permissão e atender aos padrões de varejo.
Visa. It’s every where you want Bitcoin to be…
The smoking gun patent that announced Visa’s entry into Bitcoin… https://t.co/3JgwoLSzTc pic.twitter.com/0ZhcuS9tXL
— Brian Roemmele (@BrianRoemmele) May 18, 2020
“Rede de redes”
Respondendo a uma pergunta sobre tecnologias de escalonamento de segunda camada como o Litecoin, Sheffield revelou que a Visa as vê como intrínsecas ao potencial de escala em pagamentos na blockchain. Segundo ele, as equipes internas da Visa estão atualmente pesquisando como adequar essas camadas para pagamentos ao consumidor.
De acordo com Angelos, a solução na qual a Visa trabalha se alinha com o conceito de “rede de redes”. Ela se integra e opera em várias redes com e sem permissão. Isso, diz ele, mostra como a Visa pensa em participar de redes públicas de blockchain.
Não pensamos nas redes blockchain como sendo diferentes de uma perspectiva estratégica, na medida em que as redes blockchain emergem, são legalizadas e regulamentadas. Podemos nos envolver com elas da mesma forma que qualquer outra rede. Para isso, Cuy está ajudando a construir o conjunto de produtos que podem fazer interface com essas redes.
Angelos também esclareceu a posição interna da Visa sobre a dicotomia entre criptomoedas e moedas digitais. De acordo com ele, a Visa define criptomoedas como ativos digitais emitidos nativamente em um blockchain. Já moedas digitais são como ativos fiduciários tokenizados, que é onde a maioria dos clientes de cripto da Visa se encontra.
Visa sobre Libra e CBDCs
Sheffield revelou ainda que a Visa conversa com autoridades de todo o mundo sobre moedas digitais de bancos centrais (CBDC). De acordo com ele, a estrutura de CBDC bem-sucedida deve resolver os mesmos problemas enfrentados por stablecoins tokenizados. Isso incluiria facilidade de uso, interoperabilidade entre várias carteiras digitais, segurança e aceitação com os comerciantes.
Em sua opinião, a vasta experiência da Visa na construção de soluções de pagamento altamente escalonáveis e sua infraestrutura existente a torna em uma posição ideal para ajudar os bancos centrais e os emissores de moeda estável privada a resolver esses problemas.
Sheffield e Angelos também responderam sobre por que a Visa saiu do consórcio Libra do Facebook. Eles deram a entender que a parceria foi projetada para ser específica para uma plataforma. Enquanto isso, a Visa prefere uma estrutura interoperável e agnóstica. De acordo com Angelos, a empresa não busca ativamente ingressar em um consórcio agora, e certamente não um consórcio exclusivo.
Sheffield reforçou o argumento dizendo:
[…] Vemos a Visa permanecendo agnóstica para redes e moedas. Queremos dar suporte às moedas digitais que nosso diversificado conjunto de clientes exige. Portanto, parte da estratégia de rede não é tentar escolher apenas um vencedor. Em vez disso, é ser capaz de ter produtos e serviços que funcionam com muitas moedas e redes digitais diferentes.
É importante lembrar que, em outubro de 2019, a Visa desistiu do projeto Libra ao lado da Mastercard, PayPal, eBay, Stripe e Mercado Pago.
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