Venezuela: Novo White Paper da criptomoeda Petro recebe acusações de plágio
“O novo token Petro da Venezuela é um clone descarado do Dash”.
Sob essas acusação, inicia-se mais um capítulo da novela da primeira criptomoeda estatal do mundo, criada com o intuito de salvar o país caribenho do colapso.
As denúncias partem de Joey Zhou, desenvolvedor do Ethereum que, após ler o documento, encontrou semelhanças evidentes com o Dash. Isso porque os dois tokens apresentam o mesmo algoritmo de mineração e uma parte do White Paper do Petro parece ter sido retirada da criptomoeda centrada na privacidade.
Leitores familiarizados com a altcoin Dash poderão reconhecer suas principais características, como o envio instantâneo, combinação de consenso, masternodes e o uso do algoritmo de mineração X11.
Como apontado por Zhou em seu Twitter, na 11ª página do White Paper do Petro uma imagem parece ter sido copiada diretamente do repositório Github do Dash.
E na seção de “Descrição Técnica”, o documento propõe uma combinação consensual de algoritmos de Prova de trabalho (PoW) e Prova de Participação (PoS), muito semelhante a do Dash.
No entanto o Petro começa alocando 85% de suas recompensas para os masternodes, deixando o restante para os usuários e, para ser justo, é aí que os dois tokens se distanciam.
Na proposta do Dash, 45% das moedas vão para os mineiros, 10% para operadores e 45% são direcionados para os masternodes.
Envio instantâneo
Embora o recurso envio instantâneoesteja presente no Dash, o governo da Venezuela afirma que esta é uma das características mais importantes e inovadoras do Petro, conforme o White Paper destaca:
“Uma das características mais importantes do Petro é o envio instantâneo (menos de 5 segundos) das transações; o que representa um avanço inovador, com um impacto significativo em comparação com as criptomoedas existentes”.
Se é plágio ou uma inspiração amigável no código aberto da 12ª maior criptomoedas do mundo por capitalização de mercado, o fato é que se basear no Dash acaba sendo um caminho lógico para a moeda digital venezuelana. Isso porque o país sul americano tem um histórico de uso da altcoin.
No último trimestre, o Dash registrou um aumento de preço de dois dígitos, aparentemente devido a uma corrida de venezuelanos para escapar da hiperinflação notória no país.
O Petro
Considerada a primeira criptomoeda estatal do mundo, o Petro foi lançado pelo governo como uma alternativa oficial para escapar das sanções impostas pelos EUA.
O novo White Paper, porém, não é mais totalmente apoiado no barril do petróleo. Em vez disso o suporte foi distribuído em 20% de ouro, 20% de ferro, 10 % de diamante e 50% apoiada no combustível fóssil.
Segundo o presidente Nicolás Maduro, “Todos os venezuelanos terão acesso ao Petro e, por meio dele, poderão fazer compras internacionais”, escreveu em seu Twitter.
As autoridades venezuelanas desejam, ainda, que a moeda digital “neutralize” a ameaça dos mercados negros e das máfias do dinheiro, no país.
Para o ministro das relações exteriores, Jorge Arreaza, “essas máfias de dinheiro são amplamente culpadas por uma queda no valor do bolívar venezuelano, o que agrava ainda mais o problema econômico da nação”.
Fonte: CCN e Bitcoin.News
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