Venezuela: investidor conta como Bitcoin o salvou da ditadura e da hiperinflação

O venezuelano Amílcar Ortega Rangel, que se identifica como Eduardo Prospero no site Hackernoon, escreveu um texto na plataforma contando como o bitcoin o ajudou a deixar a Venezuela, um país autoritário e assolado pela hiperinflação.

Antes de contar suas memórias, Prospero, que trabalha como produtor de conteúdo para mídias, relembra alguns momentos angustiantes de quando ele se viu no fundo do poço.

“Eu vendi meus bitcoins. Eles eram a minha única segurança. Estou sem dinheiro e com fome. Não sou vidente e não tenho prazer em dizer isso. As criptomoedas parecem estar caindo num abismo. Seria a hora de comprar, mas me afogo na miséria”.

Prospero diz que seu jeito desconfiado fez com que ele aprendesse muito tarde sobre a tecnologia que poderia literalmente salvá-lo da ditadura venezuelana. E a solução para os seus problemas estava bem ali, debaixo do seu nariz: as criptomoedas.

No artigo, ele relata que o mercado de criptomoedas é sem igual e que há muitas pessoas fazendo ‘toneladas de dinheiro’ jogando em desigualdades, comprando baixo e vendendo alto. “Ciladas, truques sujos. Foi desse modo que eu vi o boom do Bitcoin em 2017”, escreveu.

No entanto, ele diz que não entrou no mercado para tirar proveito de ninguém, mas sim com apenas um único objetivo: economizar e deixar o país, cuja inflação e a desvalorização moeda não são brincadeira.

Irônico, ele desabafa: “Eu não fiz transações ilegais e caí na falência. Eu tenho cartões de crédito dentro do meu país, mas para o mundo eu sou efetivamente um desses indivíduos sem conta bancária”.

Dias de paz e Bitcoin

Comprar Bitcoin não era contra a lei, disse. Além disso, ele poderia fazer isso em sua própria casa. Ele conta que dez minutos depois já era detentor de uma ‘conta de poupança internacional’.

Percebeu, então, que poderia trabalhar para sites e receber criptomoedas por isso. E foi assim que se seguiu. “Então algo ainda mais surpreendente aconteceu: o Bitcoin foi para a lua”, conta.

Próspero diz que 2017 foi um momento maravilhoso e ele sorriu por meses. Tinha dinheiro o suficiente para sair de lá, escapar, e mais: dois empregos que poderia realizar em qualquer lugar no planeta. “O sol estava brilhando sobre as ruínas de Caracas”.

Era a hora de abandonar o barco venezuelano. Sem comentar com ninguém, Próspero decidiu que iria embora dali. Se organizou e começou a investigar qual a maneira mais barata de atravessar a fronteira. Ele precisava economizar para ter mais garantias fora.

Não eram apenas flutuações de mercado

Prestes a partir, ele disse que não se deu conta das primeiras quedas do bitcoin e encarou aquilo como “flutuações de mercado”. E também não poderia fazer muita coisa, pois não teria vendido de qualquer maneira porque era impossível conseguir alguém para trocar bitcoin por dólar na Venezuela.

Mesmo assim, Prospero manteve sua decisão de sair do país. Ele viu uma promoção de passagens aéreas e prontamente comprou a sua. As malas já estavam prontas.

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O venezuelano perdeu os dois empregos, um após o outro. Os dois sites disseram que não poderiam mantê-lo nos blogs. Isso já era o início de um mercado em decadência, pois os contratantes não lhes deixou sequer uma perspectiva de retorno às atividades.

Bitcoin continuou em queda

“Eu não mantinha bitcoins como uma reserva de valor, meu plano era gastá-los e eu fiz”.

Prospero considerava o bitcoin era como uma moeda, mas não encontrava lugares que a aceitava e, portanto, nunca comprou nada com a criptomoeda.

No relato, conta que quando precisava usar seus fundos ele tinha que trocar por dinheiro e sempre usava a conta bancária de outra pessoa. Tinha outra opção também, conta, a LocalBitcoins, mas não era de sua preferência.

O dinheiro um dia acaba, o bitcoin também

“Não sei exatamente o que está acontecendo, estou confuso como todo mundo. O que eu sei é que a economia do Bitcoin ainda não é forte o suficiente e ainda é vulnerável a ataques e manipulação”. O autor não dá detalhes do desfecho, mas esse ponto sugere que seu fundo em bitcoin acabou.

Dias de glória

Prospero, que hoje trabalha para uma empresa de mídia no Chile, termina contando que o ponto de tudo isso é que ele não tem mais criptomoedas, mas a experiência valeu a pena.

“E eu não sou mais dono de criptomoedas. O meu teste com o bitcoin passou voando. As criptomoedas ainda estão em sua infância. Tudo foi meio embaraçoso. Mas a tecnologia me proporcionou o que até então era improvável, fugir da Venezuela. E isso vale ouro”.


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