Vamos promover a pesquisa de uma moeda digital, diz Banco Central da China

O Banco Central da China voltou a dar fortes sinais de que está desenvolvendo uma versão digital do yuan, moeda fiduciária do gigante asiático.

De acordo com o portal Coindesk, a mais nova evidência veio de um comunicado divulgado pela própria instituição no último sábado (4). O anúncio se refere ao resumo de um encontro ocorrido no dia anterior, a “National Currency Gold Silver and Security Work Video and Telephone Conference”.

“O Banco Popular da China (PBoC), sem dúvida, promoverá sua pesquisa e desenvolvimento da moeda digital nacional”, afirmou a instituição por meio de seu vice-governador, Yifei Fan.

A China tem como um de seus objetivos declarados liderar o desenvolvimento da tecnologia blockchain no mundo, expressado por ninguém menos que seu atual presidente, Xi Jimping.

“É preciso aproveitar a oportunidade de integração da tecnologia blockchain na promoção do compartilhamento de dados, otimização de processos de negócios, redução de custos operacionais, melhoria da eficiência de sinergia e construção de um sistema confiável”, afirmou ele, em outubro de 2019.

‘Efeito coronavírus’

Ainda segundo o Coindesk, a pandemia de coronavírus — que começou pela própria China em novembro de 2019 — seria um elemento a mais a apressar o desenvolvimento do yuan digital.

Em coletiva de imprensa realizada em 15 de fevereiro, o BC chinês disse que desinfetaria e armazenaria dinheiro por 7 a 14 dias antes de recebê-lo, e que colocaria em circulação um total 600 bilhões de yuans em novas cédulas.

Apesar dessa cautela do governo chinês, a própria sociedade vem deixando o dinheiro físico de lado. A prioridade agora cabe aos pagamentos digitais por meio de QR Codes que são lidos por telefones celulares.

A iniciativa chinesa serve ainda como um prenúncio do que pode ocorrer em uma escala global quanto ao dinheiro. Segundo pesquisadores do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), a atual pandemia poderia incentivar a adoção de pagamentos digitais e inspirar mais conversas sobre moedas digitais entre os bancos centrais do mundo.

‘Blockchain, não bitcoin’

Ao mesmo tempo em que incentiva a tecnologia blockchain e acelera os passos rumo ao yuan digital, a China aperta o cerco contra o bitcoin e outras criptomoedas.

O governo administra a narrativa “Blockchain, não Bitcoin”, lembrando às pessoas que as criptomoedas permanecem ilegais em geral no país.

Em determinação divulgada em novembro passado pelo BC chinês, as autoridades continuarão implementando regulações rígidas, enquanto monitoram atividades relacionadas a criptomoedas dentro de sua jurisdição.

Além disso, a instituição também afirma que, uma vez identificadas, essas atividades serão “paradas imediatamente e impedidas de continuarem”.


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