‘Vale do Silício’ da China recebe milhões em yuan digital

O governo da China irá distribuir cerca de US$ 2,3 milhões em yuan digital para os cidadãos de Shenzhen, cidade conhecida como o ‘Vale do Silício’ do país.

O yuan digital, moeda digital de banco central (CBDC) desenvolvida pelo governo chinês, tem chegado a cada vez mais cidades do país. Agora, Shenzhen foi escolhida novamente como local para dar prosseguimento ao plano de implementação do ativo na economia local.

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Moradores da cidade já haviam recebido 10 milhões de yuans em 2020. Agora, segundo informações do Global Times, 15 milhões, avaliados atualmente em cerca de US$ 2,3 milhões (R$ 11,6 milhões), serão distribuídos para moradores do distrito de Futian, uma das regiões mais populosas da cidade.  

O novo montante será separado em 130.000 pacotes, que serão distribuídos por sorteio através do aplicativo de pagamentos WeChat. Para participar, os cidadãos precisam ter uma conta registrada no app, com os ganhadores podendo gastar os valores recebidos em mais de 5.000 lojas da região.

A decisão de trazer mais unidades do yuan digital para Shenzhen faz sentido ao ser levado em conta que a cidade é vista como um dos maiores centros tecnológicos do Oriente. Com isso, ela chega a ser comparada com o Vale do Silício –  região da Califórnia onde estão sediadas diversas bigh techs, como Meta, Google e Microsoft.

Considerada a terceira cidade mais populosa do país, Shenzhen conta com uma população adepta a tecnologia, sendo o local ideial para a adoção do CBDC.

China mostra avanço em relação ao seu CBDC

A China está em estágio avançado em relação ao seu CBDC, ao contrário de outras grandes economias que ainda discutem e estudam a criação de uma moeda própria neste formato. Atualmente, o yuan digital já conta com diversos caixas eletrônicos espalhafatos pelo país e um aplicativo próprio.

Estima-se que a moeda seja usada por mais de 260 milhões de chineses, cerca de 20% da população do país. O governo chinês ainda possibilitou que estrangeiros usassem o ativo durante as Olimpíadas de Inverno, que ocorreram em fevereiro em Pequim. Segundo o governo, mais de US$ 300.000 foram movimentados em yuan digital durante o evento.  

Para alguns especialistas, o possível uso do yuan digital a nível global poderia colocar em risco a dominância do dólar. Vale lembrar que políticos dos EUA quiseram proibir os atletas do país de usarem o CBDC durante as Olimpíadas.

Ainda em relação a uma possível disputada entre a moeda digital chinesa e o dólar, Warren Buffet e Charlie Munger comentaram sobre o assunto durante a primeira reunião anual da Berkshire Hathaway.

Para Munger, o fato dos EUA estar cada vez mais adepto ao Bitcoin e o mercado cripto em geral causa uma má reputação no país, enquanto a China baniu este segmento e está focada em sua própria moeda digital. Atualmente, o Federal Reserve (FED) dos EUA ainda está em fase de pesquisa e discussão sobre a criação de um dólar digital.

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