Uso de dinheiro físico cai no Brasil e país fica em terceiro no mundo em pagamentos digitais

Brasil avança no uso de pagamentos digitais e dinheiro físico segue perdendo espaço no país

O uso de dinheiro físico no Brasil vem caindo e o país já é o terceiro do mundo em pagamentos digitais.

Assim, antes da propagação global do Coronavírus existia só três países onde os meios de pago eletrônicos superavam amplamente a forma de pagamento tradicional: Suécia, Coreia do Sul e China.

Porém, no caso da China, o país implementou um modelo comercial de baixo uso do dinheiro em papel com fomento, pelo seu presidente, para o uso das moedas digitais, a fins do ano 2019, pediu a adoção acelerada de tecnologia blockchain.

Coronavírus

Com a pandemia do novo coronavírus e o isolamento social, computadores e aparelhos celulares tornaram-se ferramentas fundamentais para que as pessoas possam trabalhar, estudar, interagir e, claro, pagar contas.

É o que demonstra um relatório da CPA Analista compartilhado com o Cointelegraph.

Assim, no momento em que governos em todo o mundo recomendaram as pessoas ficarem em casa por causa da pandemia, uma alternativa dos consumidores foi pagar boletos virtualmente e através de links.

Portanto, o manuseio de dinheiro, de cédulas ou moedas, ficou para trás.

Para se ter um ideia, a Cielo, empresa brasileira de serviços financeiros, registrou um aumento de 260% nessa forma de pagamento.

O head de e-commerce da Cielo avalia que o formato de pagamento virtual ou por links pode ser o mais conveniente para o cliente.

Transações sem contato

Assim, o Brasil agora ocupa o terceiro lugar entre os mercados de transações digitais mais grande do mundo e tem uma alta capacidade móvel, de 83%.

Os canais remotos vêm crescendo tanto que 6 de cada 10 transações se realizam pelos meios digitais: telefone celular ou computador.

O uso de smartphones para realizar operações bancárias já supera o uso do Internet Banking. 

Pagamentos por aproximação

“O pagamento por aproximação, utilizando-se um relógio eletrônico ou celular, é seguro, rápido e veio a calhar nesses tempos de pandemia. Pudera: esse tipo de transação ajuda a evitar o contato físico com cédulas, com a máquina do cartão e mesmo com o vendedor”, destaca Melisa Murialdo, Redatora e Editora de Conteúdos para a América Latina da CPA Analista.

O uso dos meios digitais para realizar pagamentos no país já não será o mesmo.

Um estudo da consultora Bain mostrou que 48% dos consumidores brasileiros estão dispostos a mudar a forma de pagar após a quarentena, usando mais cartões e celulares. 

O comércio por meio das plataformas eletrônicas crescerá mais que o varejista tradicional no próximo ano devido a que os novos consumidores digitais experimentaram a modalidade e os já estabelecidos aumentaram seu uso durante a quarentena.

Segundo a analista Melisa Murialdo, da empresa de serviços financeiros omelhortrato.com, para que possam “competir” com o dinheiro em papel, as formas de pagamento eletrônico devem ser:

  • não só seguras para evitar os fraudes informáticos mas também
  • acessíveis a toda a população;
  • rápidas e simples sem procedimentos burocráticos complicados que fazem um círculo interminável de senhas e verificações que paradoxalmente acabam dando a sensação de ter exposto toda nossa privacidade e desencorajando o processo de digitalização da população que o momento atual precisa

A regulação é um elemento significativo para o crescimento do dinheiro móvel e um dos pontos nos que se deveria avançar porque o marco regulatório para tecnologias financeiras e outras instituições de dinheiro eletrônico é muito recente no país, por isso é pouco desenvolvido e se encontra enquadrado em regulações mais gerais ligadas a sistemas de pagos.

PIX

O PIX é uma das iniciativas do Brasil para diminuir o uso do dinheiro físico.

Assim, a intenção da instituição com o PIX e outras iniciativas como o Open Banking é também reduzir o custo do dinheiro no Brasil.

“(PIX e Open Banking) vão ser uma ajuda muito grande também na forma de desintermediar essa necessidade de as pessoas terem dinheiro físico”, disse Roberto Campos Neto, presidente do BC.

A diminuição do “custo do dinheiro” no PIX não está ligada porém somente a impressão das notas mas também de sua circulação.

Desta forma o PIX também deve contar com um sistema de “saque descentralizado” no qual será possível sacar dinheiro na Padaria, no Bar, na Farmácia e em todas as instituições que integram o sistema.

“Para inaugurar essa agenda evolutiva o Pix permitirá o serviço de saque por meio da rede varejista. As regras e os primeiros detalhamentos deste produto serão apresentados na próxima reunião do Fórum PI, em agosto. O que posso adiantar é que essa facilidade visa a trazer mais eficiência, por meio da reutilização do dinheiro no varejo e do aproveitamento dessa rede, e fomentar a competição,  ampliando as opções e a capilaridade das instituições para ofertarem o saque”, disse Campos Neto.

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