Demissão de Moro: Mercados Reagem e Dólar Sobe Rumo a R$ 6

O desembarque de Sérgio Moro do governo Bolsonaro estremece os mercados na manhã desta sexta-feira (24). O ex-juiz da Lava Jato pediu demissão em pronunciamento no auditório do Palácio da Justiça, em Brasília. O anúncio ocorreu horas depois da exoneração de Maurício Valeixo da direção da Polícia Federal.

Após a confirmação, o dólar bateu R$ 5,71 em poucos minutos. O Euro já passa de R$ 6,15. Já o Ibovespa vai mais de 7%. Por outro lado, o Bitcoin, que vinha de subida na véspera atingindo mais de R$ 43 mil, chegou a cair para a casa dos R$ 41,6 mil, mas se mantém estável mesmo após o anúncio.

“Queria lamentar esse evento na data de hoje. Ontem uma informação lamentável de 407 óbitos. Busquei ao máximo fazer isso nesse evento [em meio à pandemia.]”, disse Moro pouco antes de anunciar sua saída.

Moro destacou que a autonomia da Polícia Federal havia sido fundamental no governo anterior, apesar dos casos de corrupção.

Em um domingo qualquer, lembro até que foi Valeixo que recebeu uma ordem de soltura ilegal do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Foi graças à autonomia dele que ele comunicou as autoridades judiciárias e foi possível rever essa ordem ilegal antes que fosse executada. – Sérgio Moro

Dia de Tensão Pela Saída de Moro

Os mercados já operavam em queda em meio à tensão nesta manhã. O dólar já subia a R$ 5,66 e o Euro passava de R$ 6,08, enquanto o Ibovespa Futuro caía 2,45% momentos antes do pronunciamento. Operadores reagiam aos rumores de que Moro já havia dito a assessores a sua saída do Ministério.

Além disso, o Ministro Luís Roberto Barroso, em live, já se referia à figura do ex-magistrado no passado, contribuindo para aumentar a tensão nos bastidores do mercado. Os jornais Estadão e Folha de S.Paulo também já citavam fontes próximas a Moro para cravar seu pedido de demissão.

Apesar do termo “a pedido” no Diário Oficial, a exoneração de Valeixo teria sido imposta por Bolsonaro, à revelia do desejo de Moro. A assinatura do agora ex-ministro constava no documento, o que é visto como mera formalidade. Segundo apuração da Folha, o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente da demissão.

“Eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial. Em nenhum momento o diretor da PF apresentou um pedido formal de exoneração. Ele depois me informou que ontem à noite ligaram avisando que ia sair ‘a pedido’. Mas o fato é que não existe nenhum pedido de maneira formal. Eu fui surpreendido. Foi ofensivo”, disse Moro.

A demissão de Valeixo já vinha sendo ventilada há meses, mas sua saída era esperada apenas para julho. A decisão de demitir o diretor da PF foi visto por Moro e aliados como um caminho sem volta. Para o ex-ministro, a medida indica tentativa de reduzir a autonomia do órgão.

História em desenvolvimento. A matéria será atualizada.

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