Uniswap não ‘censurou’ nenhuma criptomoeda, esclarece criador

A Uniswap, alvo de críticas desde a última sexta-feira (24), na verdade não censurou mais de 100 criptomoedas, esclareceu Hayden Adams, inventor do protocolo de finanças descentralizadas (DeFi).

A Uniswap Labs decidiu remover mais de 100 tokens disponíveis no site app.uniswap.org, o endereço mais conhecido para acessar a Uniswap por meio de navegadores integrados a carteiras como MetaMask e TrustWallet. O site, no entanto, é apenas uma interface.

Interface não é o mesmo que o protocolo

Adams disse na tarde de sábado (24) que as interfaces da Uniswap não são o mesmo que o protocolo, cuja disponibilidade dos tokens se mantém.

“Agora é um bom momento para aprender a diferença entre uma interface e um protocolo e como funciona a descentralização A descentralização não significa que o Uniswap Labs permite que você faça o que quiser em seu site. Isso significa que você não precisa de uma única instância de interface para acessar o protocolo”, esclareceu.

Segundo o inventor, o protocolo Uniswap que roda na Ethereum continua sendo governado por detentores do token UNI, e esse é o motivo pelo qual a mudança não foi submetida à votação.

Além disso, apesar de o site da Uniswap Labs ser o mais conhecido, ele revela que atualmente a maior parte do tráfego de acesso ao protocolo vem de outras fontes, como bots de negociação, carteiras, agregadores de DEX e forks de interfaces.

“O protocolo Uniswap, na minha opinião, continua sendo o mais descentralizado dos principais protocolos por uma ampla margem”.

Ele explica que isso ocorre porque contratos inteligentes não atualizáveis e sem permissão não têm chaves de administrador nem permitem que detentores de UNI roubem a liquidez subjacente.

Onde acessar os tokens

Essa é a mesma opinião do desenvolvedor Leighton Cusack, que disse a decisão da Uniswap Labs é correta e que mais iniciativas como essa devem acontecer à medida que o DeFi cresce. “Diferentes interfaces serão especializadas em fornecer acesso a diferentes usuários. Eles serão adaptados ao seu mercado-alvo e também aos regulamentos relevantes para onde os serviços são prestados”, explicou.

“O crucial é que isso aconteça na camada de interface, NÃO na camada de protocolo. O protocolo permanece sem permissão, combinável e acessível.”

Cusack relembrou que o protocolo continua oferecendo todos os tokens por meio de outras interfaces, como Gnosis Safe e Zapper.fi

Uniswap Labs

A Uniswap foi acusada de censurar o acesso a mais de 100 tokens, supostamente se curvando à pressão regulatória nos Estados Unidos após uma fala do diretor da Secutirities and Exchange Comission (SEC), Gary Gensler, sobre a caracterização de tokens de ações como valores mobiliários.

Dada a incerteza regulatória, a empresa Uniswap Labs anunciou que não iria mais oferecer o trading de alguns tokens, especialmente aqueles que supostamente estariam no radar dos reguladores.

“Continuamos monitorando o cenário regulatório em evolução. Hoje, decidimos restringir o acesso a certos tokens. Estes tokens sempre representaram apenas uma pequena parte do volume total de trades na Uniswap”, disse a empresa em anúncio.

Entre eles estão tokens de ações de empresas como Facebook e Tesla, além de uma porção de tokens sintéticos que espelham Aave, Cardano, Ether e outras criptomoedas famosas. Eles foram removidos apenas do site app.uniswap.org e, portanto, seguem disponíveis em outras interfaces.

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