Professor da Unicamp detona o Bitcoin e diz que moeda é um esquema ponzi e uma fraude

Professor da Unicamp é um crítico do Bitcoin conhecido por provocar a comunidade cripto no Twitter.

O professor de Ciências da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Jorge Stolfi, um conhecido crítico do Bitcoin (BTC), publicou um artigo no dia 2 de janeiro classificando a maior criptomoeda do mundo de “esquema ponzi” e “fraude”.

No artigo em inglês publicado no portal da Unicamp entitulado “Bitcoin is a Ponzi” (O Bitcoin é um Ponzi), ele defende que o investimento em Bitcoin preenche cinco requisitos para ser considerado um esquema fraudulento:

“1. As pessoas investem porque esperam bons lucros e
2. essa expectativa é sustentada por tais lucros sendo pagos àqueles que optam por sacar. Contudo,
3. não há fonte externa de receita para esses pagamentos. Em vez disso,
4. as recompensas vêm inteiramente de novo dinheiro de investimento, enquanto
5. as operadoras ficam com grande parte desse dinheiro.”

Segundo ele, por investidores ele considera todos que vão comprar ou já compraram Bitcoin, enquanto os operadores são os mineradores, que “tiram dinheiro do esquema quando eles vendem as moedas mineradas aos investidores”.

Além disso, ele explica que os pontos 3, 4 e 5 equiparam o investimento em Bitcoin com a compra de bilhetes de loteria, criando “um jogo de soma muito negativa”. Enquanto isso, os itens 1 e 2 “fazem do esquema uma fraude, diferente de simplesmente um mau investimento”. E completa:

“No mínimo, os operadores devem alertar os investidores sobre a possibilidade de soma negativa e o lucro esperado poder ficar negativo. No caso do Bitcoin (e todas as outras criptomoedas), não apenas isso não acontece, mas existem milhares de promotores e “especialistas em investimentos” que prevêem aumentos de preços impressionantes e/ou afirmam que o Bitcoin terá usos massivos no futuro de alguma forma torná-lo valioso. Além da falsidade dessas alegações, os promotores nunca apontam que esses usos massivos não se traduziriam em receita para os investidores.”

Ele lembra que a alegação de que o Bitcoin é uma fraude não é inédita e que a ideia foi defendida em 2014 pelos economistas Nouriel Roubini da NYU e Kaushik Basu do Banco Mundial e compartilhada pelo analista de investimentos David Webb em 2017 e pelo presidente do Banco Mundial Jim Yomh Kim em 2018.

A Unicamp também tem outros docentes que trabalham em pesquisas sobre o Bitcoin e outras criptomoedas. O russo Serguei Popov, por exemplo, é cofundador da IOTA Foundation e foi professor na universidade em 2019. Ao Cointelegraph, ele mostrou uma abordagem muito diferente de seu ex-colega:

“O Bitcoin e outras criptomoedas populares têm sido uma reserva de valor para muitas pessoas já há algum tempo. A capitalização considerável do mercado cripto corrobora isso, e é provável que alguns leitores deste artigo já estejam usando criptomoedas dessa forma. Se é ‘confiável’ ou não, depende da definição de confiabilidade. Claro, é verdade que o preço do Bitcoin – sem falar em outros criptomoedas – é bastante volátil e provavelmente permanecerá assim, o que significa que qualquer um que o usa para uma reserva de valor pode experimentar algumas emoções fortes. Por outro lado, é muito confiável no sentido de que ninguém pode retirar seu Bitcoin, desde que você mantenha suas chaves privadas em segredo e as armazene com segurança. Isso constitui uma vantagem única das criptomoedas no contexto de armazenamento de valor.”

Crítico do Bitcoin no Twitter

O professor da Unicamp também é ativo no Twitter em sua cruzada contra o Bitcoin. Na publicação mais recente, desta segunda-feira, Jorge Stolfi combate a comparação do BTC com o dólar como reserva de valor:

Em outra publicação, ele retweetou uma publicação que dizia que “Bitcoiners tão os terraplanistas da economia e das finanças”. Em outro tweet de 27 de dezembro, ele já dizia que o Bitcoin é “literalmente” um esquema ponzi:

As manifestações do docente sobre o Bitcoin não são apenas recentes. Em 2016, ele enviou uma mensagem à Securities and Exchange Comission (Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio) dos Estados Unidos alertando a entidade sobre os riscos da aprovação de um ETF de Bitcoin e defendendo que a criptomoeda fosse regulada como um título.

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