TV Record faz reportagem sobre pirâmide com bitcoin que lesou milhares de investidores brasileiros
O programa Domingo Espetacular do último final de semana na Record TV, trouxe uma matéria sobre uma pirâmide financeira disfarçada de corretora de bitcoin. Chamada HPX Crypto, a plataforma desapareceu depois de aplicar golpe em pelo menos 5 mil pessoas, segundo a reportagem.
Na matéria, intitulada “Alerta: pirâmides financeiras envolvem moedas virtuais e fazem novas vítimas”, são apresentados dois jovens youtubers, que chegaram a promover a empresa em seus canais na rede social. Eles negam envolvimento e dizem ser vítimas do negócio.
Por meio do seu canal no Youtube, com quase 12 mil inscritos, Gabriel Reis falava das vantagens de investimento na HPX Crypto. Ele convidava as pessoas para fazer ‘investir com ele’, com a promessa de altos ganhos com bitcoin.
A HPX Crypto tinha um plano que prometia mais de 4% ao dia de rendimentos sobre o valor investido —“lucros absurdos, muito acima do mercado”, descreveu a reportagem.
Gabriel, disse que perdeu cerca de R$ 2 mil no negócio. Assim como as outras vítimas, contou à reportagem, ele também demorou a perceber que se tratava de um golpe.
Outro youtuber, identificado apenas por Felipe, e que mantém um canal chamado Japa coin, também promoveu a empresa e chegou a investir o equivalente a R$ 160 mil. À reportagem, ele negou qualquer envolvimento com a HPX Crypto.
Clientes lesados pela pirâmide
O Domingo Espetacular entrevistou dois investidores que perderam dinheiro na pirâmide. Bianca de Melo Carvalho investiu R$ 1 mil de uma rescisão de trabalho.
“Em bitcoins eu não invisto mais”, disse. Com os rendimentos, Melo desejava comprar um moto e concluir a faculdade.
Persuadido por um amigo que investia na plataforma e dizia estar ganhando muito dinheiro, o empresário Felipe de Moura Rosa também acabou perdendo R$ 3 mil na falsa corretora.
O desfecho aconteceu quando ele foi tentar retirar o dinheiro 33 dias depois de aplicado — a plataforma já havia desaparecido.
Polícia vai investigar pirâmide
De acordo com a reportagem, muitas pessoas eram chamadas para investir por meio de aplicativos de mensagens.
Um investidor, que preferiu não se identificar, contou um pouco de como os “cabeças” do negócio agiam no grupo.
“Gente, vamos lá! O bitcoin tá subindo. Coloca mais mil. A hora de colocar dinheiro é agora”, diziam os ‘cabeças’ do negócio ao induzir clientes a colocarem dinheiro.
O delegado de crimes virtuais, Carlos Henrique Ruiz, afirmou que polícia tem como chegar aos os golpistas. Uma das formas seria por meio de contas bancárias envolvidas no caso.
Outras informações, como números de telefones celulares nos aplicativos de mensagens, também seria um outro meio de encontrar os suspeitos.
“A Polícia tem condições de chegar sim a esses golpistas”, disse.
A advogada Tanila Savoy, que representa as vítimas da pirâmide, disse o seguinte:
“Agora a gente vai atrás dessas pessoas, atrás da plataforma porque temos como rastrear, disse”.
Record promoveu negócio suspeito
A reportagem termina dando dicas para quem foi vítima do golpe, como reunir o máximo de informações, como documentos e prints do site e do aplicativo, e fazer um boletim de ocorrência.
Contudo, também foi na Record que um investidor do interior de São Paulo viu a propaganda de uma empresa de investimento em bitcoin com negócio semelhante ao da HPX Crypto, a ‘Investimento Bitcoin’. A empresa foi proibida pela CVM de atuar no mercado brasileiro.
Ele disse que apostou no negócio depois de ter visto o apresentador Rodrigo Faro promovendo a empresa. Ele investindo cerca de R$ 2 mil e não teve seu dinheiro de volta.
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