TV boxes piratas estariam minerando criptomoedas no Brasil
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), diversas TV boxes piratas podem estar liberando acesso para coleta de dados e até mesmo minerando criptomoedas sem o consentimento de seus donos.
Para investigar as TV boxes, produtos que trazem acesso pirata a diversos canais de TV fechada, a Anatel criou um grupo especial de força-tarefa, chamado de GT TV Box. Além da pirataria em si, o grupo suspeita que os aparelhos possam trazer riscos de segurança e privacidade para os seus donos, além de atividades de mineração de criptomoedas.
Em entrevista ao site especializado em telecomunicações Tele.Síntese, o superintendente de Fiscalização da Anatel, Wilson Wellisch, comentou sobre os danos que esses aparelhos podem trazer:
“Temos recebido diversos relatos de que esses aparelhos são usados para criar backdoors nas redes Wi-Fi para coleta de dados dos usuários dessa rede. Também se aproveitam da energia do consumidor para garimpar para terceiros criptomoedas.”
Por esse motivo, a força-tarefa da agência está realizando engenharia reversa nos modelos mais populares de smartv boxes piratas comercializados no país, para verificar se existe o risco é real para os seus usuários.
Em poucas análises, já foi constatado que muitos desses aparelhos possuem um poder de processamento acima do necessário, levantando ainda mais suspeitas de que eles podem estar sendo utilizados para mineração. A Anatel pretende divulgar um relatório completo de suas pesquisas até agosto deste ano.
Mineração ilegal de criptomoedas
Se a fraude fique comprovada, donos dos aparelhos estariam sofrendo um triplo risco. Além de pirataria ser ilegal e ter pena de três meses a um ano prevista no Código Penal, os aparelhos ofereciam grande risco para os dados dos usuários, além de alto consumo de energia e desgaste acelerado dos componentes por conta da mineração de criptomoedas.
Casos como esse vêm na esteira do aumento da procura por mineração durante o ciclo de alta das criptomoedas. No caso da mineração forçada, é mais comum, no entanto, a ação de hackers que infectam aparelhos para obrigar o computador da vítima a acessar uma rede de bots conectada a um pool de mineração, em geral de Monero.
Uma pesquisa realizada pela Avira Protection Labs no início do ano destacou que casos envolvendo malwares de mineração aumentaram 53% somente no último trimestre de 2020. No Brasil, esses vírus estão se intensificado cada vez mais, atingindo uma das maiores universidades do país, que chegou a minerar Bitcoin (BTC) por anos para grupos cibercriminosos.
O uso de aparelhos de pirataria de TV para esse fim expandiria a ação dos criminosos. Somente em 2021, a Anatel já apreendeu mais de 1,5 milhão de TV boxes ilegais no Brasil.
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