Token POL e Validium: Polygon 2.0 traz muitas melhorias, avaliam cofundadores da Modular Crypto
Mudanças apresentadas pela Polygon Labs, caso implementadas, trarão impactos positivos para o ecossistema Polygon
Desde o dia 20 de junho, a Polygon tem revelado um conjunto de mudanças a serem implementadas em sua estrutura, chamado de ‘Polygon 2.0’. As duas maiores mudanças são: a transformação da estrutura de sua blockchain principal e a reorganização de seu token nativo, que passará a se chamar POL. O Cointelegraph Brasil ouviu os cofundadores da Modular Crypto sobre os impactos práticos destas mudanças.
De PoS para validium
A Polygon Labs oferece, atualmente, duas redes diferentes para uso público: a blockchain que ficou conhecida como Polygon, e a Polygon zkEVM, que é um zk rollup do Ethereum. Ambas as redes são funcionais, mas existem em ecossistemas separados.
O que parecia ser uma estratégia abrangente de soluções, portanto, se tornou um problema para a Polygon Labs. É necessário unir ambas as blockchains em um ecossistema. A aparente solução para o problema foi mudar a estrutura da Polygon, que deixaria de ser uma sidechain do Ethereum funcionando sob o modelo de prova de participação (PoS, na sigla em inglês) e se tornaria um validium.
Para explicar como funciona um validium, Matheus Guelfi, cofundador da Modular Crypto, compara a estrutura com um rollup padrão.
“Enquanto um rollup publica e verifica os dados das transações na mainnet do Ethereum, garantindo segurança e descentralização máxima, um validium oferece garantias de segurança semelhantes, mas disponibiliza os dados das transações off-chain [fora da blockchain]. Isso resulta em taxas significativamente mais baixas e maior escalabilidade”, diz Guelfi.
O cofundador da Modular Crypto salienta, no entanto, que há um grande desafio à estrutura validium: garantir a disponibilidade de dados fora da blockchain. Como os dados processados pelo rollup ficam fora da blockchain, é necessário criar um sistema que permita o fácil acesso a estas informações.
Na visão de Guelfi, o conjunto de validadores atuantes na Polygon pode servir como uma forma segura e confiável de disponibilizar os dados armazenados fora do Ethereum.
João Kury, que é também cofundador da Modular Crypto, concorda que as mudanças propostas para a blockchain PoS da Polygon podem aumentar a escalabilidade, liquidez e compatibilidade com o Ethereum. Ele destaca também o aumento em segurança, já que a blockchain PoS passaria a ser uma solução de segunda camada do Ethereum e, consequentemente, herdaria a segurança desta blockchain.
Assim como Guelfi, contudo, Kury afirma que a disponibilidade de dados fora da blockchain principal deve receber a devida atenção. “Como sua camada de disponibilidade de dados será mantida offline, isso traz um ponto de atenção ao projeto, similar ao que ocorre na Arbitrum Nova”, avalia.
E o token POL?
Além de criar uma estrutura que conecte suas duas redes disponibilizadas ao público, a Polygon também pretende dar mais utilidade ao seu token. O nome MATIC (MATIC), que remete ao antigo nome da Polygon Labs, seria substituído pelo nome POL.
A principal diferença apresentada para o POL é que, ao fazer staking do token, os usuários contribuirão para a segurança de todas as redes dentro do ecossistema Polygon. Isso inclui outras blockchains, criadas usando as estruturas oferecidas pela Polygon Labs, que também podem oferecer seus próprios incentivos aos usuários.
João Kury avalia que a mudança no ‘tokenomics’ é positiva para o ecossistema da Polygon no longo prazo. Ele afirma que a mudança introduz o conceito de “token hyperprodutivo”, apelidado pela Polygon Labs como “terceira geração de tokens nativos”.
“Além disso, como o token MATIC tinha uma quantidade máxima limitada de 10 bilhões, com mais de 90% de toda essa quantia já em circulação, eventualmente as recompensas de validadores poderiam deixar de ser interessantes, isso antes da rede enfrentar uma adoção ‘real’, coisa que, com o novo token, que tem quantidade inicial de 10 bilhões e 2% de inflação anual, poderá ser evitado”, afirma Kury.
Matheus Guelfi também acredita que o token POL aprimora o tokenomics da rede Polygon, e em mais de uma forma. Guelfi defende que o token impulsiona maior segurança no ecossistema, ao incentivar a criação de pools de validadores descentralizados.
O novo criptoativo anunciado pela Polygon Labs também contribui para a escalabilidade do protocolo, pois permite que outras redes criadas dentro do ecossistema nasçam já com a segurança compartilhada.
“Por fim, o token POL será utilizado para fins de financiamento do ecossistema e governança, desempenhando um papel crucial na sustentação e direção do ecossistema Polygon”, conclui Guelfi.
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