Gestora Titanium Asset é afastada de três fundos durante operação da PF

Através de ordem judicial, a gestora perdeu as capacidades administrativas sobre os fundos Structure, Cripto Access e Galaxy

Na terça-feira (29), a gestora Titanium Asset foi alvo de um mandado da Polícia Federal (PF), como parte de uma operação planejada para desmantelar uma suposta pirâmide financeira. A notícia é do Valor Econômico. A Titanium estava, supostamente, sendo utilizada em um esquema de arbitragem envolvendo criptomoedas.

Como resultado, a Titanium foi afastada da gestão dos fundos Structure, Cripto Access e Galaxy, através de decisão judicial. A Vórtx Distribuidora, que faz a administração dos produtos e se tornou a nova gestora das carteiras, noticiou o afastamento por meio de fato relevante.

Além do afastamento da gestora, o Valor relatou que os três fundos tiveram suas movimentações bloqueadas, incluindo resgate de valores investidos e liquidação de cotas. 

Em sua apresentação, o Structure é retratado como um fundo multimercado especializado na arbitragem de criptomoedas. O fundo Cripto Access se mostrava mais conservador, alocando o máximo de 20% no Structure, e o restante em títulos da renda fixa. Enquanto o Structure era ofertado para investidores de maior poder aquisitivo, o Cripto Access era disponibilizado ao varejo.

Dos três fundos que passaram a ser administrados pela Vórtx Distribuidora, somente o Galaxy é composto por uma cesta de criptoativos. A cesta inclui Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), stablecoins, NFTs e tokens nativos de protocolos do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi). 

Ao Valor, a Titanium afirmou que o episódio se trata de “uma ordem judicial equivocada que bloqueou um fundo aberto, com centenas de cotistas e a empresa está trabalhando para reverter a decisão”.

A gestora acrescentou que não está envolvida no caso apurado pela Polícia Federal, e que também busca informações sobre a investigação. “A Titanium Asset esclarece que a empresa não está envolvida e ainda não tem informações detalhadas do procedimento investigativo que motivou a operação desta manhã”, afirmou em nota na terça-feira.

As empresas envolvidas não fazem parte do mesmo grupo que a Titanium, justifica ainda a gestora. “A empresa é a maior interessada em esclarecer todos os pontos e não medirá esforços para colaborar com as autoridades no que for necessário.”

Ao todo, a operação intitulada “Ouranós” determinou o bloqueio e sequestro de quase R$ 400 milhões, patrimônio composto por diferentes bens. A PF lista 473 imóveis, dez embarcações, uma aeronave, 40 veículos de luxo e alto luxo, mais de 111 contas bancárias, e os três fundos de investimento dos quais a Titanium foi afastada.

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