Terceira maior empresa do mundo, Saudi Aramco, pode começar a minerar Bitcoin em parceria com mineradores brasileiros

O brasileiro Ray Nasser, famoso minerador de Bitcoin (BTC) afirmou que está negociando com a Saudi Aramco uma parceria para a mineração de BTC com o gás que sai da mineração do petróleo

O brasileiro Ray Nasser, famoso minerador de Bitcoin (BTC) do Brasil, afirmou ao canal Bitconheiros que está negociando com a Saudi Aramco, a terceira maior empresa do mundo e uma das maiores produtora de petróleo do globo, uma parceria para a mineração de BTC.

Segundo informou o brasileiro ao canal, as negociações giram em torno de uma operação conjunta para a mineração de BTC que usaria uma nova forma de fonte energética que seria o gás que é descartado pela empresa durante a extração do petróleo.

“A gente está negociando com a Aramco. Todo líquido preto [petróleo] que sai do deserto é dessa empresa. Todo o flared gás que eles não estão usando, e isso é informação pública, eu posso falar, é o suficiente para ‘power up’ metade da rede Bitcoin hoje, só dessa empresa.”

O flared gás é um processo de queima do gás associado extraído junto ao petróelo. É um procedimento usado para eliminar o gás execedente que não é considerado viável comercialmente.

O petróleo extraído dos poços contém uma enorme quantidade de gás, que é queimado em tocas como recuros de segurança, pois como aquele gás não é usado, caso ele não seja queimado de forma controlada ele pode explodir, portanto a queiam é regulada para permitir uma combustão controlada e assim evitar explosões que podem ser causadas caso o ar entre nas tubulações.

O fogo pode ser aumentado ou diminuído conforme a necessidade de liberação. Faz-se isso porque apenas uma pequena parte pode ser lançada na atmosfera sem a queima, uma vez que trata-se de gases inflamáveis que têm impacto para o efeito estufa até 20 vezes maior que o gás carbônico.

Estima-se que 150 bilhões de metros cúbicos de gás são desperdiçados na queima a cada ano em todo o mundo. Isso equivale a US$ 20 bilhões em gás. 

Segundo especialistas a queima de gás não é apenas um desperdício de um recurso natural valioso, mas também tem um impacto significativo no meio ambiente, adicionando tanto CO 2 à atmosfera todos os anos quanto 200 milhões de carros. 

Embora a queima de gás seja inevitável em certas circunstâncias, existem várias soluções que permitem aos operadores transformar este gás para a geração de energia, e está é a proposta do minerador brasileiro.

Parceria para minerar Bitcoin

Segundo Nasser as conversas com a Aramco giram em torno de montar uma planta de mineração de Bitcoin próximo aos campos de exploração de petróleo da empre

“A Aramco precisa queimar esse flared gás. Ela precisa sumir com esse gás que é um subproduto da mineração de petróleo deles, eles precisam. E se você achar um jeito de ganhar dinheiro enquanto faz isso? ”

A proposta do brasileiro segue na mesma linha da adotada pela empresa russa Gazprom que desde o ano passado iniciou um processo para usar este gás, que hoje é totalmente descartado, para a geração de energia destinada a mineração de Bitcoin.

Contudo, até o momento, a empresa não divulgou dados sobre a viabilidade do processo e se foi possível obter lucro com o projeto.

Na outra ponta a Saudi Aramco não se pronunciou sobre a possível parceria com o minerador brasileiro.

Petróleo no Bitcoin

Recentemente o podcaster Marty Bent revelou que desde 2019 ele estava minerando Bitcoin com a empresa Great American Mining (GAM), usando o excesso de gás formado como subproduto do petróleo para abastecer as plataformas.

A GAM implantou sua primeira pequena operação de mineração na forma de um contêiner de transporte em um campo de petróleo em dezembro de 2019. Bent disse que foi o primeiro passo para incentivar os produtores de O&G a se tornarem “alguns dos maiores mineradores da rede Bitcoin”.

Ele elaborou o tópico em um podcast:

“O que estamos tentando fazer e alcançar na Great American Mining é fazer com que essas empresas de petróleo e gás tenham o momento ‘aha’ e percebam que devem estar investindo nisso e construindo uma infraestrutura de mineração em seu campo para que elas possam ser mais eficientes com seu gás desperdiçado … e, em geral, a longo prazo, ajudam o Bitcoin, protegem o Bitcoin e distribuem o Bitcoin ainda mais da perspectiva da mineração.”

Os irmãos Winklevoss também investiram no processo de mineração de Bitcoin com o gás das industrias de petróleo por meio da Crusoe Energy Systems, uma empresa do Texas que converte os resíduos do excedente de gás natural em energia para mineração de criptomoedas.

No Canadá, a empresa de mineração de petróleo Black Pearl Resources está minerando Bitcoin para ajudar a compensar os custos operacionais. Outra empresa canadense, Upstream Data, vende e aluga equipamentos móveis de mineração para produtores de O&G com o mesmo objetivo.

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