O artista sou eu: Photoshop vai criar um sistema para comprovar e proteger autoria de NFTs
Já no final desse mês, o popular aplicativo de manipulação de imagens digitais da Adobe vai incluir uma sessão de credenciais do conteúdo para validação de autoria de tokens não fungíveis.
A Adobe anunciou no começo desta semana que já está disponível em versão beta uma nova ferramenta para comprovação de autoria de obras digitais no Photoshop e em outros aplicativos da empresa.
A Adobe denominou a nova funcionalidade de “Credenciais de Conteúdo”. Através dela, os criadores de NFTs poderão vincular seu ID Adobe com sua carteira digital, habilitando um recurso para que marketplaces associados apresentem uma espécie de certificado de verificação da obra, provando que se trata de uma produção autêntica e original.
Desde já, OpenSea, Rarible, KnownOrigin e SuperRare podem incorporar as “Credenciais de Conteúdo” da Adobe para comprovar as atribuições de autoria de NFTs criados a partir das plataformas da empresa.
De acordo com uma entrevista concedida ao podcast Decoder pelo executivo-chefe de produtos da Adobe, Scott Belsky, a nova funcionalidade será incorporada ao menu do Photoshop como uma opção nomeada “preparar como NFT”. Belsky disse também que os dados de atribuição de autoria criados pelas “credenciais de conteúdo” ficarão hospedados em um sistema IPFS (InterPlanetary File System).
O IPFS é uma forma descentralizada de hospedar arquivos em uma rede na qual todos os integrantes são responsáveis pela manutenção e a segurança dos dados armazenados.
Mercado bilionário
Somente no mês de outubro o mercado de NFTs movimentou US$ 2,3 bilhões, de acordo com dados do CoinMarketCap, e a comprovação da autoria vem se tornando uma questão central para todos aqueles envolvidos no meio, sejam criadores ou colecionadores.
Há muitos exemplos de pessoas mintando obras que não lhes pertencem. Qualquer um pode criar um NFT, mesmo que não possua os direitos autorais sobre o original que vai gerar o token não fungível. Até então o ato de mintar vinculava a obra ao criador e não havia como comprovar a autenticidade de um NFT.
É possível até mesmo mintar um novo NFT a partir de NFTs pré-existentes. Assim, colecionadores desavisados poderiam ser facilmente enganados por “artistas” mal intencionados. A inovação da Adobe não acaba com a falsificação no reino dos tokens não fungíveis, mas ao menos funciona como uma garantia. De resto, caberá aos compradores decidir onde desejam investir os seus Ethers.
Em feveriro deste ano, supostas obras do artista de rua Banksy foram usadas por falsários para aplicar golpes em colecionadores incautos, como noticiou o Cointelegraph Brasil. Mais tarde representantes do artista afirmaram que o famoso artista pseudônimo não era o autor dos NFTs.
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