Tensão no exterior e possível votação na reforma do IR impacta mercado
A crise no Afeganistão e o reaparecimento de ameaças terroristas traz maior preocupação e impactos para o mercado financeiro global, levando a queda de bolsas internacionais e o índice futuro da Ibovespa.
A movimentação na política internacional e a pandemia do coronavírus com a nova variante Delta podem afetar o Brasil mesmo indiretamente.
Um dos pontos que mais chamaram a atenção dos investidores nesta terça-feira (17) foi o resultado das vendas do varejo e produção industrial chinesa, ainda mais que a crise afegã ou o discurso do presidente dos Estados Unidos Joe Biden. Se a economia da China desacelerar, o impacto será mundial gerando um custo alto para todos os países.
A segunda-feira foi marcada por desempenhos positivos nos preços do petróleo, mas os ganhos foram apagados hoje em meio aos temores sobre as possíveis demandas do combustível no mundo.
O Ibovespa Futuro acompanhou o desempenho das bolsas mundiais e registrou mais uma sessão de baixa na manhã de hoje após a divulgação dos dados abaixo das expectativas na economia chinesa.
No Brasil, o cenário fiscal e possível votação da reforma do Imposto de Renda seguem no radar dos investidores
Ainda no Brasil, os investidores monitoram o noticiário fiscal, levando o Ibovespa ao pior desempenho em comparação aos índices internacionais. A Câmara dos Deputados pode votar pela reforma do Imposto de Renda. Às 9h09 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento para agosto de 2021 registrou queda de 0,80% a 118.670 pontos.
Esses pontos já haviam sido levantados no início da semana como uns dos assuntos que iriam movimentar o mercado.
O dólar comercial opera com leve recuo de 0,08% a R$ 5,276 na compra e R$ 5,277 na venda. Enquanto isso, o dólar futuro com vencimento em setembro de 2021 registra alta de 0,30% a R$ 5,285.
No mercado de juros futuros os dados registraram foram:
- DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 6,63%;
- DI para janeiro de 2023 tem alta de dois pontos-base a 8,40%;
- DI para janeiro de 2025 avança quatro pontos-base a 9,57%;
- DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de três pontos-base a 9,98%.
Mercados globais e bolsas internacionais em queda refletem tensão dos investidores
Nos países da Ásia, as bolsas tiveram queda em sua maioria. Os dados caíram em meio ao temor de pressão regulatória do governo da China, que esboçou regras para barrar a competição injusta entre empresas de internet.
O índice Stoxx 600, que reúne empresas dos principais setores de 17 países da Europa, registrou uma leve queda. A maioria dos setores e principais bolsas demonstram performance negativa, com destaque para o setor de varejo.
Também foram divulgados na manhã desta terça-feira, dados sobre emprego no Reino Unido. Os dados indicaram 182 mil novos funcionários adicionados às folhas de pagamento no mês de julho. O Escritório Nacional de Estatísticas também anunciou que a taxa de desemprego no segundo trimestre ficou abaixo das expectativas, marcando 4,7%.
Outros dados foram divulgados sobre a variação do emprego durante o segundo semestre na Zona do Euro, com alta de 1,8%, ficando acima da expectativa dos analistas que esperavam queda de 2,1%. Na comparação entre os trimestres, o indicador avançou em 5%, comparado ao indicador anterior com queda de 0,2%.
A atenção para o PIB da Zona do Euro também registrou avanço de 13,6% no segundo trimestre na comparação anual, um pouco abaixo da projeção e do patamar anterior, ambos em 13,7%. Na comparação trimestral, o indicador avançou 2%, em linha com a projeção de analistas e patamar anterior, também em 2%.
No panorama corporativo, a temporada de resultados do segundo trimestre chega à reta final com agenda movimentada
O IRB Brasil RE (IRBR3) registrou prejuízo líquido de R$ 206,9 milhões durante o segundo trimestre de 2021, indicando perdas de 68,5% menores em comparação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa havia registrado lucro de R$ 35,1 milhões. Nos primeiros seis meses de 2021, o prejuízo líquido somou o total de R$ 156,1 milhões, em comparação com R$ 621,7 milhões de perdas no ano anterior.
A Cemig (CMIG4), estatal mineira, anunciou lucro líquido de R$ 1,94 bilhão durante o segundo trimestre deste ano, alta de 80% em relação ao mesmo período de 2020. O lucro Ebitda foi ajustado para R$ 1,32 bilhão, avançando 39,2% na comparação anual.
A empresa Yduqs (YDUQ3) informou lucro líquido de R$ 116,5 milhões durante os meses de abril a junho. A Jalles Machado (JALL3) lucrou R$ 115,7 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 16,9 milhões no mesmo período do ano anterior.
A Petrobras (PETR4) trabalha junto com a companhia japonesa de engenharia Modec para evitar atrasos na implantação da quinta plataforma em Búzios. A proposta da estatal foi de implantar nove plataformas em Búzios no projeto de águas profundas no plano de negócios 2021-2025.
A Camil (CAML3) informou na segunda-feira que fechou contrato para aquisição das massas Santa Amália pelo valor de R$ 260 milhões marcando a entrada no segmento.
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