“Temos que erguer barreiras contra crimes virtuais, inclusive com criptomoedas”, diz procurador-geral da justiça do Paraná

Na última semana, o Procurador-geral do Ministério Público do Paraná, Francisco Zanicotti, declarou que o estado brasileiro tem que erguer barreiras contra os crimes virtuais, inclusive aqueles que envolvem transações com criptomoedas.

A fala ocorreu durante uma reunião anual do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGIFron), em Foz do Iguaçu. Zanicotti apresentou uma palestra sobre a atuação do Ministério Público do Paraná no enfrentamento à criminalidade organizada e faccional.

O evento, promovido pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), reuniu gestores de segurança pública da região de fronteira e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e contou com apresentações e discussões sobre operações conjuntas, fiscalizações e novas estratégias para repressão e combate ao crime organizado. Representantes do Paraguai e Argentina também estiveram no evento, prometendo ações internacionais integradas contra o crime organizado.

Procurador-geral do MPPR diz que o estado brasileiro precisa erguer barreiras contra crimes virtuais, inclusive contra lavagem de dinheiro com criptomoedas

Ao falar sobre as fronteiras, Zanicotti ressaltou o desafio de “erguer as muralhas contra a criminalidade” nos ciberespaços, considerando que as barreiras físicas já não são mais suficientes. “Os crimes se tornaram mais sofisticados, a criminalidade das facções hoje está avançando. A criminalidade está nas nuvens e a lavagem de dinheiro está mais complexa, com o uso de criptomoedas. Precisamos ocupar este espaço“, declarou o procurador-geral de justiça.

O procurador-geral frisou o momento oportuno para uma atuação integrada das áreas de inteligências das diversas instituições, no compartilhamento de informações no cenário virtual. “Precisamos integrar nossas ferramentas e ter interlocução entre os entes públicos, realizando as operações de forma conjunta e articulada, compartilhando informações e reduzindo desperdícios de tempo e de dinheiro. O Estado brasileiro tem que estar integrado, forças policiais, MP e Judiciário“, completou.

Outro desafio apontado pelo PGJ foi o combate à lavagem de dinheiro e a recuperação desses recursos como estratégia para enfraquecer e desmantelar as organizações criminosas.

Por fim, Zanicotti enfatizou a prioridade institucional no investimento em ferramentas de investigação com viés de inteligência, que servirão para equipar o Gaeco atendendo a demanda por atuações mais incisivas, em conformidade com as diretrizes do MPPR para o enfrentamento às facções criminosas.

O evento também teve a participação dos promotores de Justiça Francisco Ilidio Hernandes Lopes, que ministrou a palestra “Visão do Ministério Público do Paraná nas operações integradas com a Polícia Militar do Paraná“, e Tiago Lisboa Mendonça, representando o Gaeco de Foz do Iguaçu. Com informações do MPPR.

O encontro uniu pela primeira vez representantes dos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFron) e do Litoral (GGIL) do Paraná, Receita Federal, Forças Armadas e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para debater temas relacionados ao enfrentamento ao crime organizado no Estado. A fala completa do procurador-geral do MPPR está disponível no áudio abaixo.


Ministério da Justiça também está atento ao mercado cripto brasileiro

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também está atento ao tema do mercado de criptomoedas no Brasil e suas transações, que podem envolver atividades criminosas.

De acordo com Ricardo Lewandowski, atual ministro do Brasil, “muitos crimes são pagos com criptomoedas“. A fala ocorreu em um evento em que a Febraban fechou uma parceria para combate a fraudes cibernéticas no país com o MJSP.

Fonte: “Temos que erguer barreiras contra crimes virtuais, inclusive com criptomoedas”, diz procurador-geral da justiça do Paraná

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