Telegram avança em planos de ter sua própria criptomoeda

São Paulo – O Telegram quer lançar sua criptomoeda em breve. Investidores do aplicativo de mensagens fundado pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov foram informados que as primeiras moedas, que levam o nome de Gram, devem estar à disposição dos internautas em até dois meses.

Segundo o jornal americano The New York Times, que conversou com três investidores da plataforma, os planos da empresa russa incluem criar carteiras digitais que estariam disponíveis para até 300 milhões de usuários do aplicativo de mensagens.

Por enquanto os detalhes seguem guardados à sete chaves e os investidores foram obrigados a assinarem acordos de confidencialidade sobre particularidades do projeto. O que se sabe até agora é que a Gram vai operar de forma descentralizada em uma estrutura semelhante a utilizada pela Bitcoin.

Entretanto, há de se lembrar que os planos do Telegram de ter sua própria moeda digital não são particularmente novos. No ano passado, a companhia já havia arrecadado mais de 1,7 bilhão de dólares para financiar a operação da nova moeda digital em um ICO (Initial Coin Offering).

Em troca do aporte, os investidores receberão tokens digitais que poderiam ser convertidos para outras criptomoedas ou utilizados para adquirir produtos e serviços uma vez que a moeda digital chegue ao varejo – algo que a Bitcoin até agora luta para conseguir. Caso a Gram não seja criada até o dia 31 de outubro, o dinheiro aportado será devolvido aos investidores..

Conforme reportado pela agência de notícias americana Bloomberg, a arrecadação para a futura moeda do Telegram, que até então não contava nem mesmo com um protótipo mas apenas um documento de mais de 100 páginas explicando o funcionamento, era a maior da história. A Filecoin, em segundo lugar, havia aportado somente 257 milhões de dólares até aquele momento.

Tal como o Facebook que enfrenta problemas com a regulação da Libra, o Telegram também não deverá ter caminho fácil neste sentido. A maior preocupação das autoridades está na rastreabilidade das transações digitais. Ou melhor, na dificuldade de fazer isso. Sem controle, o temor é de que essas novas opções monetárias facilitem o tráfico de drogas e outras transações ilegais.

No caso do aplicativo russo, a situação se torna ainda mais delicada do que em relação a empresa fundada e comandada por Mark Zuckerberg. Em anos anteriores, Theresa May, então primeira-ministra britânica, chegou a descrever o aplicativo russo como uma “casa de criminosos e terroristas”.

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