Perda trilionária de gigantes tecnológicas na Nasdaq deve levar startups para ‘tempos de vacas magras’

Empresas de capital aberto sofreram perda de US$ 9 trilhões em valor de mercado este ano a acenderam sinal de alerta.

Especializada na listagem ações de gigantes tecnológicas, a Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotations), uma das mais importantes bolsas dos Estados Unidos, também pode ser considerada um espelho para o ímpeto dos investidores em relação às inovações. É o que indica que os aportes bilionários sobre as empresas de tecnologia em 2021 deram lugar a tempos de austeridade, senão uma bomba sobre o colo de seus fundadores. 

O que pode parecer exagero é endossado pelos números, uma vez que as empresas listadas na Nasdaq já acumulam perdas em torno de US$ 9 trilhões em valor de mercado este ano. Baixa que já teria chegado ao coração das empresas de capital privado que fizeram capitação  com valuations estratosféricos no ano passado e que agora devem encarar a realidade da correção.  

Um exemplo, segundo noticiou o Wall Street Journal, é o da fintech sueca Klarna, conhecida por levar crediário à Europa, entre eles os do tipo “ buy now, pay latter” (compre agora, pague depois). A empresa chegou a uma avaliação de mercado de US$ 45,6 bilhões depois de receber investimentos no ano passado, mas agora, para levantar US$ 1 bilhão, teria que aceitar uma avaliação de US$ 30 bilhões, o que representa sofrer um down round de US$ 15,6 bilhões. 

O down round poderá ter consequência aos fundadores da empresa em razão de cláusulas contratuais que protegem os grandes cotistas, uma vez que a venda de suas participações é mais difícil pelo fato de a empresa ser de capital fechado. Uma das possibilidades é o repasse de participações dos fundadores para os cotistas como forma de compensar os grandes investidores pela perda decorrente da capitalização abaixo da rodada anterior. 

Existe ainda a possibilidade de liquidação da empresa por um valor inferior à rodada anteriormente mais elevada, o que, neste caso, prioriza o ressarcimento dos cotistas e não dos fundadores. Possibilidades que, em linhas gerais, não são cogitadas pelos investidores nos períodos de alta, mas que, na atualidade, estão no radar de quem não quer perder dinheiro e pode avançar para as chamadas “cláusulas sujas”, que poderão representar um duro golpe aos fundadores menos experientes  de empresas.

À Exame, um fundador de uma startup brasileira disse que “a única maneira de desmontar tudo isso é ir para uma IPO  (oferta pública inicial), que segundo ele dá condições iguais a todos investidores e com os mesmos direitos.  Foi o que fez o Nubank no final de  2021, quando anunciou sua IPO na Bolsa de Nova York, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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