Tarifas de Bradesco, Itaú, Caixa Econômica e Banco do Brasil crescem quase o dobro da inflação

As tarifas de serviços dos principais bancos do país aumentaram quase o dobro da inflação desde 2017, segundo levantamento do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). O estudo considerou os preços de Bradesco, Itaú, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander.

Os pacotes de serviços subiram em média 14% entre abril de 2017 e março deste ano, ante inflação de 7,45% no mesmo período, calculada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). 

A análise levou em conta preços cobrados para saques, emissão de talões de cheques e transferências, por exemplo. Há casos em que a tarifa subiu 89% no período, como a do pagamento de conta no cartão de crédito do BB, que foi de R$ 4,50 para R$ 8,50.

Já a retirada via cartão de crédito aumentou 60% no Bradesco (de R$ 10 para R$ 16) e 69% na Caixa Econômica, de R$ 6,50 para R$ 11. A compra e venda de câmbio no Santander teve preço majorado em 50%, de R$ 20 para R$ 30.

“Vivemos um momento em que há vários concorrentes novos entrando no mercado, com os bancos digitais e as fintechs, que oferecem diversos serviços gratuitos”, diz Ione Amorim, economista do Idec, ao portal Exame. “Mas nada disso parece ter contribuído para que os grandes bancos praticassem uma política de preços mais competitiva.”

Caixa Econômica e novos bancos

Nos bancos digitais, que afirmam ter como diferencial de mercado serviços gratuitos ou mais baratos que as instituições financeiras tradicionais, o Idec encontrou cobranças avulsas mais caras. É o caso dos saques, que podem custar até R$ 6,90 por operação, contra R$ 2,50 nos grandes bancos.

Para a economista do Idec, bancos virtuais são ainda um mercado novo, que precisa de melhorias. “Tivemos, por exemplo, dificuldade em localizar informações sobre quais serviços são gratuitos e quais são pagos, além de alguns dizerem que não cobram tarifas, mas, na prática, só oferecem a gratuidade se o consumidor tiver um consumo mínimo por mês”, afirmou Amorim à Exame.

Em nota, a Febraban (Federação Nacional dos Bancos) afirmou que as instituições “seguem estritamente as regulamentações do Banco Central no que se refere às cobranças que podem ou não ser feitas”. “Dentro das normas estabelecidas, cada instituição financeira determina os preços de seus produtos de acordo com sua estratégia comercial.”

A associação que representa os bancos também lembrou que o cliente pode optar pelo pacote de serviços essenciais, a chamada conta gratuita, na qual o banco deve oferecer itens como fornecimento de cartão e pelo menos quatro saques e duas transferências no mesmo banco sem custo.


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